São Paulo, segunda-feira, 22 de março de 2004

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FERNANDO RODRIGUES

O que Lando não faz

BRASÍLIA - Amir Lando virou ministro da Previdência por ser do PMDB e não representar um risco imediato de crise ética para a administração Lula. Não entende de aposentadorias ou de administração.
O perfil anódino também lhe deu notoriedade na CPI que resultou no impeachment de Fernando Collor. Buscava-se alguém sem expressão para ser o relator. Amir Lando encaixou-se à perfeição.
No governo FHC, o senador Lando foi convidado a apoiar a CPI da Corrupção. Com sua flacidez ideológica, respondeu que assinaria se faltasse apenas um nome.
Agora, como ministro, brilhou ao propor aumentar as contribuições de patrões e empregados para obter mais receita previdenciária. Teria levado uma carraspana de Lula, mas o delírio ainda está em pauta.
Tudo isso é o que Lando faz. O dano é pequeno. Sempre surge alguém para consertar. O problema maior está no que ele não faz. Por exemplo, não há sinais do Ministério da Previdência a respeito de propor uma lei criando fundos de pensão complementar para servidores públicos.
Sem essa lei, milhares de almas ingressam no funcionalismo federal pagando 11% sobre o valor total de seus salários. O governo anunciou concursos para 41 mil vagas neste ano. Uma montanha de gente. A administração civil federal tem 504 mil servidores na ativa, segundo os últimos números disponíveis.
Pela emenda constitucional aprovada no ano passado, seria possível criar os fundos de pensão complementar. A contribuição obrigatória ficaria limitada ao teto de R$ 2.400 do salário, como na iniciativa privada. O fundo seria pago pelos servidores e pelo patrão (governo). Justo.
Para redigir essa lei, é preciso muita capacidade gerencial -predicado não disponível em Amir Lando.

 

Não é piada. Brasília é a sede do 2º Festclown, festival internacional com palhaços do Brasil e do exterior.


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