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FERNANDO RODRIGUES
O que Lando não faz
BRASÍLIA - Amir Lando virou ministro da Previdência por ser do PMDB e
não representar um risco imediato de
crise ética para a administração Lula. Não entende de aposentadorias
ou de administração.
O perfil anódino também lhe deu
notoriedade na CPI que resultou no
impeachment de Fernando Collor.
Buscava-se alguém sem expressão
para ser o relator. Amir Lando encaixou-se à perfeição.
No governo FHC, o senador Lando
foi convidado a apoiar a CPI da Corrupção. Com sua flacidez ideológica,
respondeu que assinaria se faltasse
apenas um nome.
Agora, como ministro, brilhou ao
propor aumentar as contribuições de
patrões e empregados para obter
mais receita previdenciária. Teria levado uma carraspana de Lula, mas o
delírio ainda está em pauta.
Tudo isso é o que Lando faz. O dano é pequeno. Sempre surge alguém
para consertar. O problema maior está no que ele não faz. Por exemplo,
não há sinais do Ministério da Previdência a respeito de propor uma lei
criando fundos de pensão complementar para servidores públicos.
Sem essa lei, milhares de almas ingressam no funcionalismo federal
pagando 11% sobre o valor total de
seus salários. O governo anunciou
concursos para 41 mil vagas neste
ano. Uma montanha de gente. A administração civil federal tem 504 mil
servidores na ativa, segundo os últimos números disponíveis.
Pela emenda constitucional aprovada no ano passado, seria possível
criar os fundos de pensão complementar. A contribuição obrigatória
ficaria limitada ao teto de R$ 2.400
do salário, como na iniciativa privada. O fundo seria pago pelos servidores e pelo patrão (governo). Justo.
Para redigir essa lei, é preciso muita
capacidade gerencial -predicado
não disponível em Amir Lando.
Não é piada. Brasília é a sede do 2º
Festclown, festival internacional com
palhaços do Brasil e do exterior.
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