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Editoriais
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Restrição às motos
A PREFEITURA paulistana
anunciou que vai proibir a
circulação de motocicletas na pista expressa da marginal
Tietê e em trecho importante da
avenida 23 de Maio, uma das
mais movimentadas da cidade.
A medida visa a reduzir os acidentes fatais envolvendo motociclistas. Mas é preciso ressaltar
seu caráter paliativo, bem como
os efeitos duvidosos e insuficientes que será capaz de produzir.
Há hoje cerca de 824 mil motos
registradas em São Paulo. Estima-se que metade dessa frota
circule de fato diariamente. A
parte mais visível dela -entre
150 mil e 200 mil- é composta
pelos chamados motoboys, cujas
manifestações de imprudência já
estão incorporadas à triste rotina do trânsito paulistano. Em
2009, morreram 428 motociclistas na capital, mais do que o dobro das vítimas de acidentes com
automóveis -cuja frota é de cerca de 5 milhões.
Uma política menos circunstancial para enfrentar o problema deveria começar por rever a
tolerância excessiva com desvios
de conduta flagrantes dos motociclistas. Muitos radares disponíveis na cidade nem sequer estão capacitados a registrar as infrações, uma vez que as motos
não possuem placa dianteira. É
comum observar motoqueiros
driblando as regras básicas do
trânsito com incrível facilidade.
Além disso, a própria lei precisaria ser rediscutida. Em 1998,
foi retirado do Código de Trânsito Brasileiro o artigo que proibia
a circulação de motos entre as
faixas. Seria o caso de rever tal
decisão, impondo aos motoqueiros algum tipo de restrição.
Não se trata de banir as motos
desta ou daquela via pública, mas
de estabelecer com muito mais
rigor limites para a circulação
desse meio de transporte. Seus
efeitos hoje são nocivos ao conjunto da população e não raro
trágicos para os usuários.
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