São Paulo, segunda-feira, 22 de março de 2010

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Editoriais

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Restrição às motos

A PREFEITURA paulistana anunciou que vai proibir a circulação de motocicletas na pista expressa da marginal Tietê e em trecho importante da avenida 23 de Maio, uma das mais movimentadas da cidade.
A medida visa a reduzir os acidentes fatais envolvendo motociclistas. Mas é preciso ressaltar seu caráter paliativo, bem como os efeitos duvidosos e insuficientes que será capaz de produzir.
Há hoje cerca de 824 mil motos registradas em São Paulo. Estima-se que metade dessa frota circule de fato diariamente. A parte mais visível dela -entre 150 mil e 200 mil- é composta pelos chamados motoboys, cujas manifestações de imprudência já estão incorporadas à triste rotina do trânsito paulistano. Em 2009, morreram 428 motociclistas na capital, mais do que o dobro das vítimas de acidentes com automóveis -cuja frota é de cerca de 5 milhões.
Uma política menos circunstancial para enfrentar o problema deveria começar por rever a tolerância excessiva com desvios de conduta flagrantes dos motociclistas. Muitos radares disponíveis na cidade nem sequer estão capacitados a registrar as infrações, uma vez que as motos não possuem placa dianteira. É comum observar motoqueiros driblando as regras básicas do trânsito com incrível facilidade.
Além disso, a própria lei precisaria ser rediscutida. Em 1998, foi retirado do Código de Trânsito Brasileiro o artigo que proibia a circulação de motos entre as faixas. Seria o caso de rever tal decisão, impondo aos motoqueiros algum tipo de restrição.
Não se trata de banir as motos desta ou daquela via pública, mas de estabelecer com muito mais rigor limites para a circulação desse meio de transporte. Seus efeitos hoje são nocivos ao conjunto da população e não raro trágicos para os usuários.


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