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O BNDES E A CRISE
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico
e Social) vai dar prioridade aos investimentos que enfrentem a crise de
energia. Para isso, pretende, por
exemplo, encurtar o tempo de análise dos projetos e elevar sua participação para mais de 50%.
O presidente do BNDES, Francisco
Gros, afirmou ao jornal "Valor Econômico" que irão surgir todos os tipos de pleitos -como juros subsidiados, isenções fiscais ou dinheiro
doado-, mas que as soluções serão
buscadas sem envolver o Tesouro.
Parece que o governo resolveu finalmente acordar para a necessidade
de aumentar o ritmo de investimentos em energia. Apesar de tardia, essa é uma boa notícia.
O BNDES precisa mostrar um certo grau de flexibilidade para enfrentar a crise energética. O banco tem
como regra geral de atuação estabelecer limites, que variam de setor para setor, para sua participação no financiamento de investimentos. Essa
regra tem como objetivo aumentar o
grau de comprometimento dos investidores com seus projetos, evitando que os riscos fiquem predominantemente com o setor público.
Mas, em um momento de grave crise, é razoável que o setor público assuma riscos maiores.
Nesse sentido, são surpreendentes
os rumores que surgem do governo
de que o modelo do setor elétrico será em pouco tempo revisto, reforçando a participação do setor privado.
É possível que o setor elétrico opere
bem nas mãos do setor privado. Para
isso, é preciso que existam regras
bem definidas e horizontes de planejamento. Lamentavelmente nos últimos seis anos o governo foi incapaz
de fazer isso.
Não se trata de propor o esbanjamento de recursos públicos em razão da crise de energia. Assim, o
BNDES deve mostrar em que medida
e em que prazo os investimentos que
forem financiados poderão contribuir para atenuar a crise energética.
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