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SUBVARRIÇÃO
Levantamento realizado pelo
Datafolha revela que as empresas contratadas para varrer as ruas de
São Paulo não cumprem suas tarefas
como definido em contrato. Em média, apenas 36% das varreduras contratadas são executadas. O Datafolha
monitorou, por 48 horas, o trabalho
dos garis em 20 ruas da cidade.
A subvarrição não chega a ser uma
novidade. Em 98, durante a gestão de
Celso Pitta, o Datafolha realizou
mensuração semelhante e concluiu
que a frequência de varrições era 62%
menor do que o estabelecido.
O diretor do Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana), Alfredo
Buso, já afirmou que não poderá suspender a remuneração das empresas. Segundo ele, o Limpurb não pode tomar uma decisão dessas com
base em amostragens, mesmo se
elas tivessem sido aferidas por fiscais
da Prefeitura de São Paulo.
O que surpreende aqui é o fato de
município estar refém das empresas
de limpeza urbana, uma atividade
notoriamente refratária a controles.
E está refém, entre outras razões, por
falhas nos contratos e nas licitações
que podem e devem ser melhorados,
medidas que a prefeitura promete
para a próxima licitação.
Há pouco o que fazer em relação
aos problemas de oferta de serviços.
Ninguém em sã consciência pensa
em estatizar a coleta de lixo e a varrição. Isso é uma razão adicional para
a prefeitura rever completamente sua
atuação na limpeza. O fato de haver
doadores da campanha de Marta Suplicy entre as empresas envolvidas é
um motivo a mais para que a prefeitura aja com transparência e seja especialmente firme na defesa dos interesses da população.
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