São Paulo, terça-feira, 22 de maio de 2001

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SUBVARRIÇÃO

Levantamento realizado pelo Datafolha revela que as empresas contratadas para varrer as ruas de São Paulo não cumprem suas tarefas como definido em contrato. Em média, apenas 36% das varreduras contratadas são executadas. O Datafolha monitorou, por 48 horas, o trabalho dos garis em 20 ruas da cidade.
A subvarrição não chega a ser uma novidade. Em 98, durante a gestão de Celso Pitta, o Datafolha realizou mensuração semelhante e concluiu que a frequência de varrições era 62% menor do que o estabelecido.
O diretor do Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana), Alfredo Buso, já afirmou que não poderá suspender a remuneração das empresas. Segundo ele, o Limpurb não pode tomar uma decisão dessas com base em amostragens, mesmo se elas tivessem sido aferidas por fiscais da Prefeitura de São Paulo.
O que surpreende aqui é o fato de município estar refém das empresas de limpeza urbana, uma atividade notoriamente refratária a controles. E está refém, entre outras razões, por falhas nos contratos e nas licitações que podem e devem ser melhorados, medidas que a prefeitura promete para a próxima licitação.
Há pouco o que fazer em relação aos problemas de oferta de serviços. Ninguém em sã consciência pensa em estatizar a coleta de lixo e a varrição. Isso é uma razão adicional para a prefeitura rever completamente sua atuação na limpeza. O fato de haver doadores da campanha de Marta Suplicy entre as empresas envolvidas é um motivo a mais para que a prefeitura aja com transparência e seja especialmente firme na defesa dos interesses da população.


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