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Sem fôlego
AS VENDAS do comércio varejista brasileiro voltaram
a revelar pouco fôlego em
março. Foi o que apurou a Pesquisa Mensal do Comércio, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Descontadas as oscilações típicas de cada mês, o volume de
vendas do comércio recuou 0,1%
sobre fevereiro.
Esse resultado é tanto mais
significativo porque, em fevereiro, o desempenho do comércio
no país havia sido decepcionante, com queda das vendas, na
comparação com janeiro, de expressivos 4,1%.
Há aspectos, no entanto, que
atenuam esse quadro desanimador. Uma ressalva importante é o
fato de que segmentos específicos do varejo tiveram desempenho muito negativo em março,
prejudicando o resultado do setor considerado como um todo.
Foi o caso dos combustíveis e
dos lubrificantes, cujas vendas se
mantêm em queda já há um bom
tempo, como reflexo da alta
mundial na cotação do petróleo.
Outro grupo cujas vendas no varejo já vinham fraquejando e tiveram recuo expressivo em março foi o de tecidos, vestuário e
calçados, resultado mais difícil
de explicar, uma vez que os preços desses itens se mantêm bastante contidos.
Esses resultados sugerem que,
se há segmentos cujas vendas no
varejo ainda se mantêm dinâmicas -com destaque para os móveis e eletroeletrônicos, estimulados pela continuidade da expansão do crédito-, não está caracterizado um movimento de
expansão forte e generalizada
das vendas ao consumidor. Não
existe nenhum sinal de explosão
generalizada de demanda.
Essa constatação reforça a avaliação de que a aceleração da atividade econômica não é muito
forte. Não a ponto de justificar
uma moderação no ritmo, já comedido, com que o BC vem reduzindo a taxa básica de juros.
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