São Paulo, sexta-feira, 22 de junho de 2007

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CLÓVIS ROSSI

O que se diz por aí

POTSDAM - O governo brasileiro deveria enviar urgentemente uma missão conjunta Banco Central/ Ministério da Fazenda à França para dar aulas de economia moderna ao recém-eleito presidente francês, Nicolas Sarkozy.
Como se sabe, no Brasil, o governo declara que é inevitável a supervalorização do real. Não há o que se possa possa fazer a respeito. Essa é a visão, vale sempre lembrar, de gente que foi de esquerda em algum remoto passado e, portanto, crente incondicional da capacidade do Estado de fazer valer sua vontade sobre os mercados.
Era só uma questão de "vontade política", a muleta verbal de que se socorreu um milhão de vezes, enquanto oposicionista, até Luiz Inácio Lula da Silva.
Sarkozy parece ter decorado apenas a antiga canção lulo-petista. Eis o que ele disse (de novo aliás) sobre a sobrevalorização do euro em relação ao dólar: "Não deveríamos ser a única área do mundo em que o valor da moeda não é posto a serviço do crescimento".
Ah, esses franceses, mesmo quando são direitistas, não perdem a mania de um certo "gauchisme". A missão à França poderia ser estendida ao Reino Unido (e, obviamente, incluir alguém do Ministério do Turismo, talvez a própria titular da pasta).
Acontece que, em Londres, John Boothman Stuttard Alderman, prefeito da City, o distrito central da capital britânica, que é o maior centro financeiro da Europa e o segundo maior do mundo, cobrou do futuro primeiro-ministro Gordon Brown que corrija os problemas no aeroporto de Heathrow.
Disse Stuttard: "Os executivos só farão negócios aqui se eles acharem que é fácil usar nossos aeroportos -e, no momento, não é".
Que tolinho esse lorde. Ainda não aprendeu que é mais fácil dizer aos executivos "relaxem e gozem"?
Como os europeus são atrasados, meu Deus do céu.


crossi@uol.com.br

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