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CLÓVIS ROSSI
O que se diz por aí
POTSDAM - O governo brasileiro
deveria enviar urgentemente uma
missão conjunta Banco Central/
Ministério da Fazenda à França para dar aulas de economia moderna
ao recém-eleito presidente francês,
Nicolas Sarkozy.
Como se sabe, no Brasil, o governo declara que é inevitável a supervalorização do real. Não há o que se
possa possa fazer a respeito. Essa é
a visão, vale sempre lembrar, de
gente que foi de esquerda em algum
remoto passado e, portanto, crente
incondicional da capacidade do Estado de fazer valer sua vontade sobre os mercados.
Era só uma questão de "vontade
política", a muleta verbal de que se
socorreu um milhão de vezes, enquanto oposicionista, até Luiz Inácio Lula da Silva.
Sarkozy parece ter decorado apenas a antiga canção lulo-petista. Eis
o que ele disse (de novo aliás) sobre
a sobrevalorização do euro em relação ao dólar: "Não deveríamos ser a
única área do mundo em que o valor
da moeda não é posto a serviço do
crescimento".
Ah, esses franceses, mesmo
quando são direitistas, não perdem
a mania de um certo "gauchisme".
A missão à França poderia ser estendida ao Reino Unido (e, obviamente, incluir alguém do Ministério do Turismo, talvez a própria titular da pasta).
Acontece que, em Londres, John
Boothman Stuttard Alderman, prefeito da City, o distrito central da
capital britânica, que é o maior centro financeiro da Europa e o segundo maior do mundo, cobrou do futuro primeiro-ministro Gordon
Brown que corrija os problemas no
aeroporto de Heathrow.
Disse Stuttard: "Os executivos só
farão negócios aqui se eles acharem
que é fácil usar nossos aeroportos
-e, no momento, não é".
Que tolinho esse lorde. Ainda não
aprendeu que é mais fácil dizer aos
executivos "relaxem e gozem"?
Como os europeus são atrasados,
meu Deus do céu.
crossi@uol.com.br
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