São Paulo, segunda-feira, 22 de junho de 2009

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Editoriais

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No front doméstico

O CONTRASTE não poderia ser maior com as negativas de George W. Bush quanto ao aquecimento global. O relatório científico recém-lançado pela Casa Branca de Barack Obama traz o termo "inequívoco" logo na primeira frase sobre aquecimento global.
Uma mensagem direta de 13 agências de pesquisa dos EUA: chega de brigar com a ciência, atitude que predominou até a derrota dos republicanos e a eleição do sucessor democrata.
O país é o maior emissor no planeta -ao lado da China- de gases que agravam o efeito estufa, retendo calor na atmosfera. Apesar disso, os EUA negavam a contribuição do homem para o aquecimento e, também, a necessidade de combatê-lo por meio de acordos internacionais.
O relatório veio para virar o jogo, disse Jane Lubchenco, diretora da Agência Nacional de Oceanos e Atmosfera (Noaa). Em linguagem simples, objetiva primeiro convencer o público americano de que o aquecimento global não é só teoria.
A Casa Branca destaca os desdobramentos do fenômeno em território americano, como o aumento de temperatura, tempestades e enchentes. John Holdren, assessor científico de Obama, assina com Lubchenco a carta de apresentação do estudo ao Congresso: "Pretendemos usar a informação contida neste relatório para elaborar políticas e decisões sobre o futuro e recomendamos que outros façam o mesmo".
Os EUA se movem, porém só no front doméstico. O restante do mundo aguarda que a mudança se traduza em compromissos para fazer avançar a negociação internacional sobre o clima.


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