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Editoriais
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Realidade insalubre
Décadas de falta de investimento público resultaram em cobertura tão precária da rede de esgoto
nas cidades brasileiras que mesmo avanços significativos se mostram insuficientes para alterar essa realidade insalubre.
Houve, de fato, melhorias, como mostra a Pesquisa Nacional de
Saneamento Básico, divulgada
anteontem pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística). Entre 2000 e 2008, a parcela
de domicílios com acesso à rede
de esgoto, em todo o país, passou
de 33,5% para 45,7%.
Apesar do salto, mais da metade das residências brasileiras não
dispõe desse serviço essencial.
Ainda que uma parcela dessa população possa contar com outras
modalidades de esgotamento sanitário adequado -como fossas,
em locais de baixa densidade populacional-, é escandaloso que o
país chegue à segunda década do
século 21 sem ter resolvido uma
questão tão elementar.
Mais saneamento básico diminui a mortalidade infantil e a incidência de doenças infecciosas e
parasitárias. De acordo com especialistas, o peso do tratamento
adequado do esgoto nas condições de saúde é superior ao da renda das famílias.
A meta para os próximos mandatários tem que ser a universalização desses serviços. Para isso, é
preciso que o país deixe de patinar
na insuficiência de investimento e
nas dificuldades de execução de
obras de infraestrutura.
Em 2007, um novo marco regulatório foi criado para o setor, com
a Lei do Saneamento. O poder público buscava induzir aportes privados e ampliar sua própria participação nesses serviços.
Os resultados, no entanto, ainda são sofríveis.
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