São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2010

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Editoriais

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Realidade insalubre

Décadas de falta de investimento público resultaram em cobertura tão precária da rede de esgoto nas cidades brasileiras que mesmo avanços significativos se mostram insuficientes para alterar essa realidade insalubre.
Houve, de fato, melhorias, como mostra a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, divulgada anteontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Entre 2000 e 2008, a parcela de domicílios com acesso à rede de esgoto, em todo o país, passou de 33,5% para 45,7%.
Apesar do salto, mais da metade das residências brasileiras não dispõe desse serviço essencial. Ainda que uma parcela dessa população possa contar com outras modalidades de esgotamento sanitário adequado -como fossas, em locais de baixa densidade populacional-, é escandaloso que o país chegue à segunda década do século 21 sem ter resolvido uma questão tão elementar.
Mais saneamento básico diminui a mortalidade infantil e a incidência de doenças infecciosas e parasitárias. De acordo com especialistas, o peso do tratamento adequado do esgoto nas condições de saúde é superior ao da renda das famílias.
A meta para os próximos mandatários tem que ser a universalização desses serviços. Para isso, é preciso que o país deixe de patinar na insuficiência de investimento e nas dificuldades de execução de obras de infraestrutura.
Em 2007, um novo marco regulatório foi criado para o setor, com a Lei do Saneamento. O poder público buscava induzir aportes privados e ampliar sua própria participação nesses serviços.
Os resultados, no entanto, ainda são sofríveis.


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