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Editoriais
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A renovação do álcool
O ZONEAMENTO agroecológico da cana-de-açúcar, prometido há mais
de dois anos pelo governo Lula, deixou as gavetas do
palácio. Com ele, o país reconhece que não há retorno na exigência, pelo mercado global, de certificados de boa procedência ambiental e social de commodities
como o álcool combustível. É a
imagem da maior inovação do
país no campo sensível das energias renováveis que está em jogo.
Desde que os biocombustíveis
entraram em voga mundial como alternativa parcial ao petróleo, o Brasil, na condição de
maior exportador, esteve sob
pressão. Condições degradantes
de trabalho, poluição do ar pela
queima da palha antes da colheita, ameaça à segurança alimentar na competição por terras e
indução ao desmatamento pesavam sobre o álcool como supostas nódoas de origem, mesmo
que infrequentes.
O pacote delineado no projeto
de lei e no decreto relativos ao
zoneamento constitui resposta à
altura. Foi excluída toda a extensão dos biomas Amazônia e Pantanal das áreas mapeadas como
aptas, assim como o entorno do
segundo, onde nascem muitos
dos seus rios. Proíbe-se suprimir
vegetação nativa, em toda parte,
para cultivar cana. O crédito oficial incentivará a ocupação de
pastagens abandonadas.
O Ministério da Agricultura terá de certificar, em cada aumento de área, a ausência de risco para a produção de alimentos. A
mecanização completa, com
consequente abandono da queima da palha, ocorrerá até 2017.
A dúvida que resta atinge o
Congresso, que dificilmente votará o projeto de lei ainda neste
ano. É pequeno o risco, contudo,
de que a demora desencadeie um
processo preventivo de desmatamento. Os próprios produtores,
tudo indica, já se convenceram
de que a sustentabilidade das
vendas e do lucro também depende de fazer a coisa certa.
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