São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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Editoriais

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Reforma na USP

É louvável a iniciativa do Conselho Universitário da USP de revisar todos os seus cursos de graduação, processo que poderá acarretar a mudança de currículos e o eventual fechamento de algumas carreiras.
Nos últimos cinco anos, graças à elevação das receitas do Estado, a USP viu seu Orçamento aumentar em cerca de 40%. Essa elevação, contudo, não se refletiu em aumento na produção científica da universidade.
Em relação à qualidade dos cursos, a medição se torna difícil porque a USP se nega a participar do Enade, exame do Ministério da Educação que poderia compará-la a outras instituições brasileiras. Recente ranking internacional, no entanto, mostrou que a universidade paulista ainda é a melhor entre as brasileiras, mas fica longe dos grandes centros mundiais -é somente a 232ª mais bem avaliada do mundo.
Por necessário que seja, o processo de reavaliação dos cursos não deveria se render a uma visão meramente utilitarista, que leve em conta apenas a demanda dos vestibulandos e as necessidades do mercado. Como universidade pública, a USP não pode abdicar da função de cultivar e difundir um tipo de conhecimento que não encontra espaço nos bancos das faculdades privadas.
Além da revisão das carreiras, o reitor da instituição, João Grandino Rodas, anunciou a intenção de frear o aumento do número de vagas de graduação, que subiu 50% nos últimos oito anos.
Rodas considera que uma excessiva abertura de vagas pode prejudicar a qualidade do ensino. O reitor acerta ao considerar que, "sem uma revisão dos cursos que já existem e uma melhora da infraestrutura disponível, a busca da excelência da USP não será possível".
Resta saber se o diagnóstico se refletirá numa atuação que impulsione a universidade para padrões acadêmicos mais elevados.


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