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Editoriais
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Reforma na USP
É louvável a iniciativa do Conselho Universitário da USP de revisar todos os seus cursos de graduação, processo que poderá
acarretar a mudança de currículos
e o eventual fechamento de algumas carreiras.
Nos últimos cinco anos, graças
à elevação das receitas do Estado,
a USP viu seu Orçamento aumentar em cerca de 40%. Essa elevação, contudo, não se refletiu em
aumento na produção científica
da universidade.
Em relação à qualidade dos cursos, a medição se torna difícil porque a USP se nega a participar do
Enade, exame do Ministério da
Educação que poderia compará-la
a outras instituições brasileiras.
Recente ranking internacional, no
entanto, mostrou que a universidade paulista ainda é a melhor entre as brasileiras, mas fica longe
dos grandes centros mundiais -é
somente a 232ª mais bem avaliada
do mundo.
Por necessário que seja, o processo de reavaliação dos cursos
não deveria se render a uma visão
meramente utilitarista, que leve
em conta apenas a demanda dos
vestibulandos e as necessidades
do mercado. Como universidade
pública, a USP não pode abdicar
da função de cultivar e difundir
um tipo de conhecimento que não
encontra espaço nos bancos das
faculdades privadas.
Além da revisão das carreiras, o
reitor da instituição, João Grandino Rodas, anunciou a intenção de
frear o aumento do número de vagas de graduação, que subiu 50%
nos últimos oito anos.
Rodas considera que uma excessiva abertura de vagas pode
prejudicar a qualidade do ensino.
O reitor acerta ao considerar que,
"sem uma revisão dos cursos que
já existem e uma melhora da infraestrutura disponível, a busca
da excelência da USP não será
possível".
Resta saber se o diagnóstico se
refletirá numa atuação que impulsione a universidade para padrões
acadêmicos mais elevados.
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