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São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 2003

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FERNANDO RODRIGUES

O tempo do governo

BRASÍLIA - O governo Lula está com a menor taxa de aprovação desde a posse. Segundo a pesquisa CNT/Sensus, a avaliação positiva é de 41,6%, contra 48,3% no mês passado. Em janeiro, começou com 56,6%. Os 41,6% do petista se aproximam dos 39% que FHC obteve em período e pesquisa idêntica no seu primeiro mandato. O tucano desfrutava do real valorizado. Lula é âncora de si próprio, com suas metáforas, discurso popular e um misto de abulia e esperança do eleitorado. É uma incógnita até quando dura essa moleza. Não há padrão de comparação recente na jovem democracia do país. Para calibrar sua capacidade de reação, o governo Lula acha que deve usar quando for mais conveniente a reforma do ministério. Avalia-se no Planalto que a popularidade do presidente pode ser lustrada com a entrada de novos ministros e a demissão de outros tantos. Apesar dos arranhões na imagem de Lula, seus colaboradores mais próximos acreditam que o clima natalino deverá interromper a sangria. Seria inútil, portanto, fazer agora a reforma ministerial. Gastar-se-ia um cartucho à toa. Eis aí uma razão para aguardar o início de 2004. Novos ministros dariam uma cara nova para o governo. Pelo raciocínio lulista, essa ação de marketing (mais uma) ajudaria a fazer crescer a popularidade presidencial na hora certa, bem no princípio do processo eleitoral. Difícil nessa equação será segurar o PMDB acomodado, sonhando com a promessa de cargos de primeiro escalão. Até porque dar ministérios ao PMDB já -antes do fim da votação das reformas da Previdência e tributária- soaria como barganha. Tudo de que um presidente com popularidade em queda não precisa.
 
Quem o Planalto prefere na presidência do Senado: José Sarney ou Renan Calheiros? Resposta: Sarney. Por essa razão não está enterrada a idéia de mudar a Constituição para reeleger Sarney presidente do Senado.


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