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PAINEL DO LEITOR
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Justiça
"O jornalista Pimenta Neves atira
na vítima pelas costas e completa o
serviço dando-lhe um tiro na cabeça. Aí, ganha do STJ o direito de
aguardar o seu julgamento em
liberdade.
Enquanto isso, no Pará, uma adolescente, presa por furto, é trancafiada numa mesma cela lotada de
homens porque não havia outro local para prendê-la.
E pensar que um dia eu acreditei
na Justiça deste país."
CARLOS BRUNI FERNANDES (São Paulo, SP)
"A leitora Ana Carolina Benites
("Painel do Leitor" de ontem) não
deve se sentir culpada por achar
que votou nas pessoas erradas. Aqui
no Brasil, tudo é uma grande farsa, e
as instituições existem não exatamente para cumprirem suas obrigações, mas para perpetuar os privilégios de poucos. E a democracia é
só mais um desses instrumentos."
RITA DE CÁSSIA LUSTOSA MESSIAS BARRENSE
(São Paulo, SP)
Mercosul
"Se uma das condições para a admissão no Mercosul é que o país-candidato seja uma democracia, a
Venezuela, por ser na prática uma
ditadura travestida de democracia,
não poderia ser admitida no bloco.
A alegação de que é o país Venezuela, e não Hugo Chávez, que estaria sendo admitido e, por isso quaisquer restrições à pessoa do presidente não deveriam influenciar na
decisão, não encontra suporte na
realidade, pois, do jeito que Chávez
manipula e controla as instituições
daquele país, podemos contar que
por muito tempo, a exemplo do que
ocorre com Cuba, Venezuela e Chávez serão uma coisa só."
RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ)
Terceiro setor
"Sobre o artigo "As ONGs e os
óculos" ("Tendências/Debates", 21/
11), de Evelyn Berg Ioschpe, entendo que o filme "Quanto Vale ou É
por Quilo?" é melhor que "Tropa de
Elite" para retratar as ONGs e o terceiro setor no Brasil.
A articulista pergunta: "o que é
necessário, então, para moralizar
esse setor, que, por definição, é do
bem?". Ora, basta que o Estado aplique o dinheiro público hoje repassado às ONGs no pagamento de melhores salários e em estrutura para
os professores das escolas públicas,
pois nossa Constituição exige que o
poder público preste serviços de
educação à sociedade, sendo que o
papel da iniciativa privada é apenas
complementar nas áreas sociais.
O papel principal das ONGs deve
ser lutar para que o Estado cumpra
seu papel, e não lutar, entre elas,
por mais recursos públicos."
TARSO CABRAL VIOLIN, coordenador do curso de
especialização em direito do terceiro setor do
UnicenP (Curitiba, PR)
Rei e democracia
"Não sei que tipo de filosofia está
a ensinar a seus alunos o professor
Marcos Silva, da FFLCH-USP ("Painel do Leitor", 21/11), mas, sem
sombra de dúvida, não é a do tipo
que faz compreender que, no moderno sistema político, como o praticado hoje na civilizada Espanha
com seu parlamentarismo, não cabe ao monarca o papel de censor de
manifestações pacíficas e democráticas -sejam elas de saudosos franquistas ou de utópicos comunistas.
Também não cabe ao próprio Estado, por meio de suas autoridades,
censurar qualquer atitude que, partindo da sociedade, se enquadre
perfeitamente dentro da lei."
PAULO BOCCATO, mestrando em direito
(São Carlos, SP)
Democracia
"Democratizar o Judiciário nunca foi objetivo simples ou tarefa fácil. Após a decisão tomada pelo STF
de limitar a participação nas eleições do Tribunal de Justiça de São
Paulo aos três desembargadores
mais antigos, a busca da democratização ficou ainda mais distante.
O pequeno avanço obtido com a
reforma desse Poder tornou-se praticamente inócuo.
Com a decisão do STF, mesmo
que os órgãos especiais possam ser
compostos por metade de membros eleitos, só os mais antigos entre os mais antigos estão aptos a disputar órgãos de direção. A reforma
minimizou os efeitos da antiguidade; o STF considerou válidas as draconianas normas da Loman (Lei
Orgânica da Magistratura Nacional), típicas da "gerontocracia".
Inaceitável é que em um Estado
de Direito ainda existam instituições nas quais o exercício da democracia está interditado."
DORA MARTINS, presidente do conselho executivo
da Associação Juízes para a Democracia
(São Paulo, SP)
Seleção
"Vendo (pela TV) e lendo sobre o
comportamento da torcida presente aos treinos da seleção brasileira,
fiquei decepcionado.
O problema da nossa seleção está
no goleiro? Não, Júlio César vem
cumprindo bem o seu papel. Então
por que essa atitude bizarra pedindo Rogério Ceni?
Por outro lado, como eram torcedores "família" foram "convidados" a
se retirar. Fossem torcedores "favela", receberiam cacetadas, como já
vimos acontecer com freqüência."
LUIZ ANTONIO ESCANFERLA (Monte Aprazível, SP)
Creches
"A reportagem "Maiores de três
anos perdem espaço nas creches"
(Cotidiano, 16/11) merece esclarecimentos. A prefeitura não está retirando crianças com mais de três
anos das creches. A Secretaria de
Educação está cumprindo, com algum atraso e muito cuidado, resolução do Conselho Nacional de
Educação nas matrículas deste ano.
A resolução nº 3, de 2005, organiza
as faixas de atendimento para a
educação infantil (creches e pré-escolas) e o ensino fundamental à luz
da legislação nacional, que prevê o
ensino fundamental de nove anos
em todo o país. A faixa definida pelo
CNE para as creches é de até três
anos -e quatro a cinco anos para a
pré-escola.
Hoje, como bem coloca a reportagem, 45% das crianças matriculadas nas creches do município estão
acima da faixa etária prevista pela
resolução. Para que São Paulo possa organizar gradualmente sua rede
de ensino de acordo com o que prevê a norma, este ano, no ato da matrícula, se dará prioridade às crianças que pertencem à faixa etária definida pelo CNE, o que, como cita a
reportagem, não eliminará a possibilidade de atendimento de crianças maiores de três anos em creches.
Para alunos com mais de três
anos que não obtiverem vagas em
creche, há vagas na pré-escola disponíveis, inclusive com horário
ampliado.
ALEXANDRE SCHNEIDER, secretário municipal de
Educação (São Paulo, SP)
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