|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CPMF SONEGADA
Conforme revelou o "Valor"
ontem, a Receita Federal identificou sete bancos que teriam burlado o pagamento da Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), em favor de seus
clientes. A investigação em cinco
bancos já identificou a sonegação de
cerca de R$ 5 bilhões, o que representa mais de 5% do total arrecadado
por esse tributo desde sua criação
(quase R$ 85 bilhões).
Desmistifica-se um dos supostos
atributos da CPMF, qual seja, a imunidade à sonegação. A facilidade da
cobrança sempre foi uma das justificativas utilizadas pelo governo para
prorrogar repetidas vezes essa contribuição, inclusive com aumento de
alíquota. A alíquota foi aumentada
de 0,20% para 0,38% sobre os débitos em contas bancárias. Essa quase
duplicação da alíquota possibilitou
um crescimento real na arrecadação
da CPMF de 63,4% entre 1994 e 2001,
aumentando a relevância desse tributo para o governo federal.
Os bancos investigados usaram vários instrumentos para burlar o pagamento da CPMF. As operações foram montadas para evitar a ocorrência de transações que caracterizassem o fato gerador da CPMF - a
movimentação dos recursos pelas
contas bancárias.
Uma das principais manobras usadas foi a movimentação financeira
dos clientes por meio de distribuidoras de títulos e valores mobiliários
vinculadas aos bancos. As distribuidoras, isentas de CPMF, realizavam
os pagamentos a fornecedores de
seus clientes, evitando que os recursos passassem por suas contas.
As operações beneficiaram sobretudo grandes clientes corporativos e
pessoas físicas de alta renda. À Receita Federal cabe, como sempre, ser rigorosa na investigação e na autuações dos fraudadores.
Texto Anterior: Editoriais: CONCILIAÇÃO FORÇADA Próximo Texto: Roma - Clóvis Rossi: Como ser uma Argentina Índice
|