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Sem alarme
A TENDÊNCIA de aparecimento de novos casos da
gripe causada pelo vírus A
(H1N1) no Brasil pode, felizmente, ser encarada com pouco espanto. Dois meses depois dos
primeiros alertas globais, já há
muito mais informação sobre o
vírus. Sabe-se de sua taxa de letalidade relativamente baixa e dos
tratamentos bem-sucedidos de
milhares de pessoas no mundo.
No Brasil, o número de casos
confirmados do vírus da chamada gripe suína passou de 131 para
240 em três dias. O inverno é
motivo de maior atenção por facilitar a proliferação do vírus. A
ocorrência crescente de casos na
Argentina e no Chile, destinos
procurados por brasileiros nas
férias de julho, também pede a
atenção das autoridades.
Na Argentina, foram registrados 946 casos e cinco mortes; no
Chile, líder em casos na América
do Sul, são 4.315 notificações e
quatro mortes. De acordo com o
Ministério da Saúde brasileiro, a
Argentina ultrapassou os EUA
como principal procedência de
brasileiros contaminados no fim
da semana passada. Os EUA,
com tecnologia de ponta para
prevenção e tratamento médico,
concentram o maior número de
casos -21.449, metade de todos
os registros mundiais.
O governo brasileiro não estabeleceu restrições de viagem,
nem é o caso de fazê-lo. É inevitável que o vírus se espalhe, mas
o grau desse alastramento, bem
como seus efeitos na saúde das
pessoas, pode ser maior ou menor, a depender das atitudes das
autoridades e dos cidadãos.
A Anvisa vai distribuir formulários em portos, aeroportos e
áreas de fronteira para tentar detectar casos suspeitos. Deve-se
insistir em medidas profiláticas
simples, como lavar as mãos frequentemente e evitar aglomerações. Centros médicos aeroportuários, hospitais e profissionais
da saúde precisam estar treinados para lidar com o surto.
Se é certo que o número de casos vai crescer, há razões para
encarar o fenômeno com tranquilidade. Às autoridades, cabe
notificar o máximo possível de
contaminações e proporcionar
acompanhamento rápido e adequado aos doentes.
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