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REVOLTA NA FEBEM
A recente fuga de internos de
uma unidade de alta contenção
do complexo Raposo Tavares da
Fundação Estadual do Bem-Estar do
Menor (Febem) de São Paulo chama
novamente a atenção para os problemas crônicos dessa instituição. No
caso, depois de 43 internos escaparem pela porta da frente do estabelecimento correcional, iniciou-se uma
rebelião dos menores.
É fato que o episódio não se compara a ocorrências bárbaras como as
violentas revoltas que levaram à desativação das unidades Imigrantes e
Franco da Rocha da Febem. É preciso fazer justiça e reconhecer que o
governador Geraldo Alckmin deu algum andamento ao projeto de descentralização da instituição. O governador não só desativou as duas unidades mais problemáticas como
inaugurou outras cinco em diferentes regiões do Estado.
Mesmo assim, continuam a ocorrer motins e fugas com mais freqüência do que seria tolerável -e isso sugere que as medidas implantadas ainda não foram suficientes para
promover um salto de qualidade na
instituição. Ao que tudo indica, não
cessou a rotina de maus-tratos contra internos. Basta lembrar das fotografias feitas pelo Ministério Público
na unidade de Ribeirão Preto em fevereiro deste ano para perceber que a
imposição da disciplina por meio de
violência permanece como método
adotado na Febem. A julgar pelo depoimento das mães e dos internos
do complexo Raposo Tavares, lá
também os menores eram submetidos a castigos cruéis.
Não é demais ressaltar que atos como esses, além de serem evidentemente contrários à lei, não trazem
nenhuma contribuição para a reeducação dos menores infratores. Certamente, esses são problemas antigos
e profundamente arraigados à cultura da Febem. Mesmo assim, é de esperar que o governo do Estado redobre seu empenho na correção dessas
mazelas.
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