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CANDIDATOS RASTREADOS
Este jornal publica hoje a primeira de uma série de pesquisas que o Datafolha fará para acompanhar a opinião de uma parcela de
pessoas que alcança metade do eleitorado. Conhecida como "tracking"
(rastreamento, em inglês), o seu objetivo principal será o de monitorar,
através de entrevistas telefônicas feitas com o eleitor em sua residência, o
desempenho dos presidenciáveis no
horário eleitoral gratuito.
No Brasil, quando se faz rastreamento telefônico, lida-se necessariamente com uma fatia da população
com maior acesso a bens de consumo e a informações e regionalmente
mais concentrada no Sudeste. Apesar da extraordinária ampliação do
acesso ao telefone fixo nos últimos
anos, a porção do eleitorado que dispõe desse bem em seu domicílio ainda se limita a 54%. Fica de fora do
"tracking", portanto, cerca de metade do eleitorado, de perfil socioeconômico menos privilegiado.
Nesse segmento mais elitizado,
tendo a sondagem sido feita por telefone, o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, fica com 32%
das intenções de voto; o petista Lula
amealha 27%; o governista José Serra, 17%; e Anthony Garotinho, 11%.
A margem de erro é de quatro pontos
percentuais, para cima ou para baixo. Como esta Folha publicará resultados novos a cada dia, será possível
identificar quase instantaneamente
tendências de mudança -sempre
nesse universo parcial.
Mas o trunfo imediato da publicação dos resultados do rastreamento
do Datafolha será o de, ao democratizar o acesso a informações, ajudar a
sanar uma distorção. Bancos, corretoras e assessorias de candidatos já
têm acesso cotidiano a dados desse
tipo, embora não os divulguem.
Muitas vezes eles são usados como
informação privilegiada para especular no mercado financeiro. Esse tipo
de expediente ficará mais difícil a
partir de agora, com mais esse serviço que a Folha oferece ao leitor.
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