São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 2002

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CANDIDATOS RASTREADOS

Este jornal publica hoje a primeira de uma série de pesquisas que o Datafolha fará para acompanhar a opinião de uma parcela de pessoas que alcança metade do eleitorado. Conhecida como "tracking" (rastreamento, em inglês), o seu objetivo principal será o de monitorar, através de entrevistas telefônicas feitas com o eleitor em sua residência, o desempenho dos presidenciáveis no horário eleitoral gratuito.
No Brasil, quando se faz rastreamento telefônico, lida-se necessariamente com uma fatia da população com maior acesso a bens de consumo e a informações e regionalmente mais concentrada no Sudeste. Apesar da extraordinária ampliação do acesso ao telefone fixo nos últimos anos, a porção do eleitorado que dispõe desse bem em seu domicílio ainda se limita a 54%. Fica de fora do "tracking", portanto, cerca de metade do eleitorado, de perfil socioeconômico menos privilegiado.
Nesse segmento mais elitizado, tendo a sondagem sido feita por telefone, o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, fica com 32% das intenções de voto; o petista Lula amealha 27%; o governista José Serra, 17%; e Anthony Garotinho, 11%. A margem de erro é de quatro pontos percentuais, para cima ou para baixo. Como esta Folha publicará resultados novos a cada dia, será possível identificar quase instantaneamente tendências de mudança -sempre nesse universo parcial.
Mas o trunfo imediato da publicação dos resultados do rastreamento do Datafolha será o de, ao democratizar o acesso a informações, ajudar a sanar uma distorção. Bancos, corretoras e assessorias de candidatos já têm acesso cotidiano a dados desse tipo, embora não os divulguem. Muitas vezes eles são usados como informação privilegiada para especular no mercado financeiro. Esse tipo de expediente ficará mais difícil a partir de agora, com mais esse serviço que a Folha oferece ao leitor.


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