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OPÇÃO NECESSÁRIA
Ninguém contesta que as prioridades na área da educação
sejam a melhoria da qualidade e a
ampliação da oferta de vagas -principalmente no ensino infantil e no
médio. Perseguir essas metas
-tampouco alguém contestaria-
exige dinheiro. Muito dinheiro, pode-se acrescentar: para cumprir o
Plano Nacional de Educação (PEA),
aprovado pelo Congresso em 2001,
seria necessário aumentar os investimentos públicos na área em 160%
até o ano de 2011.
Esse é o resultado de um estudo
conduzido por técnicos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), do Inep (Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais do
MEC), da UnB (Universidade de Brasília), do Senado e da Casa Civil.
Registre-se que as metas estabelecidas no PEA não são tão ambiciosas. Entre outros objetivos, o plano
prevê que, até o final da década, tenha-se obtido a erradicação do analfabetismo, a universalização do acesso ao ensino médio e a ampliação de
vagas na educação superior para
atingir, pelo menos, 30% da população entre 18 e 24 anos.
É verdade que projetos como o PNE
quase nunca são integralmente cumpridos, mas eles precisam ser ao menos perseguidos. Como o atraso no
cronograma já é grande e a situação
financeira do poder público em suas
três esferas é precária, torna-se urgente redefinir estratégias.
Os orçamentos, seja o federal ou os
estaduais e municipais, dificilmente
aumentarão de forma significativa
nos próximos anos. Assim, para que
as verbas da educação possam crescer, é preciso fazer escolhas. Já é hora
de discutir claramente esse tipo de
conflito e eventualmente rever a programação orçamentária. Candidatos
a corte para reforçar o caixa da educação frequentemente lembrados
são os incentivos fiscais dados a empresas, instituições sem fins lucrativos e à classe média. São lobbies poderosos. O fato, contudo, é que, sem
uma substancial melhora na educação, o Brasil passará as próximas décadas patinhando entre o Terceiro e
o Primeiro Mundo.
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