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SOFTWARE LIVRE
A evolução recente das tecnologias de informação e comunicação tem sido marcada por sérios
conflitos de interesse. Em geral, trata-se de guerras pela dominação de
mercados. E uma das frentes de batalha é o próprio sistema operacional,
ou seja, os programas de computador usados para gerenciar máquinas
e processos. A adesão de corporações e governos ao sistema Linux,
que é livre e gerado coletivamente na
internet, criou a mais séria ameaça
ao poder de empresas como a Microsoft, cujo software é fechado.
Na semana passada, o tema foi tratado no Congresso. Formou-se uma
frente parlamentar de apoio a iniciativas de difusão do uso de software livre. Estima-se que a indústria de softwares movimente cerca de US$ 3,5
bilhões por ano e pague US$ 1,2 bilhão em licenças de uso no país.
Não é só a Microsoft que vê seu
modelo de negócios em risco. O
software livre é uma opção mais ampla, em favor da liberdade da informação e do direito à comunicação. É
um projeto que enfatiza a cooperação, em detrimento da competição.
Para que outros programas, produtos e serviços funcionem e se desenvolvam com softwares livres, é necessária uma forte cultura colaborativa e elevada disposição de buscar
novos modelos na economia digital.
O desenvolvimento dessa cultura
nas organizações, públicas e privadas, não é trivial nem gratuito. O custo da mudança deve ser rigorosamente monitorado, especialmente
quando se trata de supostas economias de verbas públicas que viriam
de sua adoção. Pesquisas e auditorias
independentes são urgentes.
Não se trata de aderir a um novo
"evangelismo" em torno do software
livre ou de simplesmente engrossar o
coro dos que são "anti-Microsoft".
Somente com a ampliação do debate e a avaliação rigorosa dos modelos de desenvolvimento de software
livre, o Brasil poderá aproveitar as
oportunidades do novo paradigma.
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