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O CANDIDATO ALCKMIN
O governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, abandonou
o jogo de cena: na semana passada,
diante de uma platéia de empresários, disse que se sentirá "muito honrado se tiver a oportunidade de trabalhar pelo Brasil". Com o agravamento da crise política e o apetite demonstrado pelo prefeito José Serra
para postular a vaga de candidato à
Presidência pelo PSDB, o governador
alterou sua estratégia de postergar a
oficialização de sua pré-candidatura.
Tido antes do escândalo como o
candidato natural dos tucanos, Alckmin percebeu que o enfraquecimento do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e os bons resultados colhidos
por Serra em pesquisas de intenção
de voto começaram a retirar-lhe o favoritismo na disputa interna. O governador, ao que se noticia, intensificou suas articulações, ampliando o
diálogo com lideranças do PSDB e
do PMDB e nomeando representantes na bancada federal para cuidar de
seus interesses eleitorais. Também
procura se aproximar do senador
Tasso Jereissati (CE), uma das peças
importantes da legenda, que teria
pretensões de presidi-la.
O principal objetivo de Alckmin é
aparecer o quanto antes nas pesquisas como um candidato capaz de
derrotar o presidente Lula -algo
que, pelo grau de deterioração da
imagem do PT e do governo, dificilmente deixará de acontecer.
Embora pesquisas realizadas mais
de um ano antes do pleito não digam
muita coisa, a demonstração de que
o governador pode bater Lula retiraria de Serra um de seus principais
trunfos, que é se apresentar como a
única opção tucana fadada à vitória.
Se as pesquisas mostrarem que
ambos podem conquistar a Presidência, a balança deverá pender para
Alckmin. Afinal, trata-se do governador do principal Estado do país, onde é bem avaliado, e não precisará
romper compromissos para se candidatar. Já o prefeito teria de rasgar a
promessa de cumprir seu mandato
até o fim, com o agravante de transferir para o PFL, na figura polêmica
de Gilberto Kassab, mais da metade
do tempo de sua administração.
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