São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 2006 |
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FERNANDO RODRIGUES A melhor CPI BRASÍLIA - A Câmara dos Deputados abriu ontem processos de
cassação contra 67 deputados sanguessugas. Trata-se do caso mais
rápido, abrangente, inédito e justo
de punição de congressistas na
história.
Esse desfecho só é possível por
causa da maneira minimalista como foi conduzida a CPI dos Sanguessugas. Sem perder tempo com
depoimentos inúteis de todos os citados, os dirigentes dessa investigação se concentraram na coleta de
evidências. Uma vez concluído o
trabalho, votaram um relatório
com os nomes dos 69 deputados
(dois já renunciaram) e dos três senadores mais encrencados.
É verdade que agora começa um
arrastado ritual que impossibilitará
a votação das punições antes da
eleição de 1º de outubro. Mas esse é
outro problema. Os nomes dos deputados e dos senadores já foram
devidamente divulgados. Os eleitores podem fazer o serviço.
A celeridade dos trabalhos da CPI
dos Sanguessugas poderá estabelecer um padrão para próximas investigações. A função principal do
Congresso não é ser uma delegacia
de polícia. Se alguns de seus membros cometem irregularidades, a
apuração deve ser rápida e restrita
aos deputados e senadores. O Ministério Público e a Polícia Federal
ficam com o restante.
A CPI dos Correios, como comparação, durou quase um ano.
Quando o caso explodiu, o grande
acusador, Roberto Jefferson, falava
em algumas dezenas de deputados
envolvidos. No final, a comissão
apresentou denúncia contra apenas 19. Os investigadores se perderam com a convocação de depoimentos tão longos quanto inócuos.
O Congresso ganhará se os procedimentos da CPI dos Sanguessugas
forem adotados como norma.
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