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FERNANDO RODRIGUES
Os riscos de Lula
BRASÍLIA - Se Lula ganhar a eleição domingo que vem, a dúvida é
sobre quais riscos ele correrá no
eventual segundo mandato com
tantos indícios de crime cometidos
nas redondezas do Planalto. O senso comum do establishment antiLula prevê uma catástrofe inevitável. Será o "governo que já acabou
antes de começar", tem sido a frase
do tucanato. A realidade, entretanto, é mais complexa.
Os exemplos sempre citados de
presidentes eleitos e depois abatidos em pleno vôo são os do brasileiro Fernando Collor (eleito em 1989
e deposto por impeachment em
1992) e do norte-americano Richard Nixon (reeleito de 1972 e forçado a renunciar em 1974).
Collor e Nixon foram eleitos com
grandes votações, mas, assim como
Lula, pessoas muito próximas a eles
cometeram crimes. Daí o silogismo
do momento: "Lula também vai
cair depois da eleição". Mais ou menos. Ou melhor, depende.
Nixon perdeu uma guerra (Vietnã) e desvalorizou o dólar. A inflação dos EUA em 1974, quando ele
renunciou, bateu em 11% -a primeira vez acima de 10% desde 1947!
A auto-estima do norte-americano
médio estava ao rés do chão.
Collor tem história conhecida.
Atolou o país em recessão em 1992.
A inflação foi a 1.129,45%.
E Lula em 2007, se for reeleito?
Possivelmente o Brasil crescerá na
faixa dos 3% a 4%. Ou até mais, com
a possível saída da turma ortodoxa
da economia.
No Congresso, os 300
picaretas vão aderir ao presidente,
seja ele quem for, logo depois de domingo que vem.
Sobra a Lula o risco de seus "meninos aloprados" abrirem o bico
oferecendo provas materiais da suposta atuação do Planalto nos malfeitos já noticiados. Menos do que
isso será pouco para padrões brasileiros. Foi assim com FHC. Deve
ser assim novamente com Lula.
frodriguesbsb@uol.com.br
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