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Editoriais
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Descontrole aéreo
Os problemas do setor aéreo no
Brasil se sucedem numa novela
sem fim, na qual a incompetência
e a procrastinação governamentais são as protagonistas da ação
-ou melhor, da inação, pois é disso que se trata. Além da ineficiência dos aeroportos, que permanecem muito aquém das necessidades do país, persiste a falta de controladores de tráfego aéreo.
O Brasil conta atualmente com
3.114 desses profissionais em atividade. São quase 900 a menos do
que a meta fixada pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) em abril de 2008. Naquela ocasião, um ano depois de
uma grave crise no setor, o Comando da Aeronáutica anunciou
que planejava chegar em 2010
com 4.000 controladores.
Nesta semana, questionado pela reportagem da Folha sobre o
descumprimento do objetivo, o
Ministério da Defesa, 20 dias depois, respondeu que o Decea desconhecia a "suposta meta" de 4
mil controladores. Não é de espantar, pois, como é comum nessas ocasiões, promessas são feitas
para acalmar a opinião pública,
mas não tardam ser esquecidas. O
mesmo deu-se com a abertura de
capital da Infraero e o terceiro aeroporto de São Paulo, mencionados em 2007 pela então ministra
da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Depois de a reportagem enviar a
comprovação da "suposta meta"
ao ministério, a promessa foi, enfim, reconhecida pelas autoridades. Entraram em cena, então, as
tergiversações de praxe.
Em resumo, o governo considera que não há risco para a segurança, embora "hipoteticamente", no caso de haver menos controladores do que o necessário, "a
consequência seria um número de
voos menor que o demandado pelo mercado". É o que na prática
que já acontece.
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