São Paulo, terça-feira, 23 de novembro de 2010

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FERNANDO DE BARROS E SILVA

Rio em chamas

SÃO PAULO - O tempo está quente no Rio de Janeiro. A cidade foi palco, neste fim de semana, de arrastões cinematográficos. Filmes de terror, evidentemente. O mais assustador deles (se faz sentido falar assim), ocorreu na Linha Vermelha, uma espécie de passarela do crime da Cidade Maravilhosa.
Domingo à tarde, armados com fuzis, bandidos bloquearam a pista, pararam três carros e incendiaram dois deles, depois de assaltar os passageiros, inclusive crianças. Na fuga, metralharam e lançaram uma granada na direção de um carro da Aeronáutica. O sargento que estava dentro conseguiu escapar.
Tudo isso, acredite, são sintomas do, do, do... êxito da política de segurança pública fluminense. É o que sustentam as autoridades: o crime organizado estaria empenhado em disseminar o pânico nas ruas como forma de retaliar as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).
O cerco ao tráfico estaria na origem dos arrastões e assaltos que se multiplicaram nos últimos meses. E o pior é que faz sentido: desalojados de seus pontos de venda, os traficantes lutam por novos mercados e/ou por outras fontes de sustento.
O enredo do governo para "explicar" a onda de terror mostra, no entanto, o tamanho do buraco e como parece distante qualquer solução.
As UPPs, por ora, estão concentradas em favelas da zona sul, "limpando" as vitrines turísticas do crime mais pesado. Faltam, ainda, o Vidigal e a Rocinha, explosiva. Mas o Rio tem mais de 700 favelas. Irá se converter na capital da UPP? Nem seria viável. Parece, isso sim, que estamos ingressando num novo capítulo do que mais e mais se assemelha a uma guerra civil.

 

Cometi um erro na coluna de ontem. Sudão, Síria, Líbia, Cuba e Venezuela não se abstiveram, mas votaram a favor do Irã, contra a resolução na ONU que repudiava as recorrentes violações dos direitos humanos pelo governo daquele país. Isso não altera em nada o que escrevi sobre a abstenção brasileira.


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