BRASÍLIA - Embrulhados junto com os presentes e as festas de fim de ano, vêm a data-base de aeronautas e aeroviários (1º de dezembro) e a multiplicação de passageiros. O resultado é um cavalo de Troia para o governo e os usuários.
Ontem, a Anac, a Infraero e outros órgãos de governo se reuniram com as seis companhias aéreas, a começar da TAM e da Gol, para tentar dar ordem ao caos de fim de ano nos aeroportos e nos voos.
Hoje, os sindicatos de pilotos e funcionários começam manifestações nos principais aeroportos tentando alertar os passageiros para a possibilidade de caos aéreo (ou de "contratempos"). No discurso, querem "melhores condições de trabalho". Na prática, esperam mesmo é aumento de salário.
A bagunça nos aeroportos nesta época é previsível, mas em 2010 tende a ser pior, porque está melhor. Explica-se: há um "boom" do setor. Nunca tantos viajaram tanto, com milhares de pessoas entrando num avião pela primeira vez. A expectativa é de um aumento de 20% da demanda em relação a dezembro de 2009, com 5 milhões de passageiros só na segunda quinzena.
Mesmo antes do "rush", já foram registrados problemas com a Gol, por exemplo, por falta de tripulação reserva para aguentar o tranco. Isso gera um de dois problemas: cancelamento de voos ou sobrecarga de trabalho. Diante de Natal, Ano Novo e férias, o provável é que ocorram os dois. Um é pura chateação, e o outro, um risco.
Parece atemorizador, mas se resolve com o bom e velho planejamento, compatibilizando demanda e operação; interesses e responsabilidades de quem oferece o serviço e de quem o fiscaliza. Não há nenhum "caos aéreo". A previsão de "apagão" de pessoal e de infraestrutura é para daqui a alguns anos.
Como um "caosinho" nesta época ocorre em todo o mundo, o melhor neste Natal é seguir o conselho da ex-ministra num momento muitíssimo pior: "relaxa e goza!".

elianec@uol.com.br


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