São Paulo, segunda-feira, 24 de maio de 2004

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FERNANDO RODRIGUES

Os coadjuvantes de São Paulo

BRASÍLIA - Os atores coadjuvantes terão importância vital na sucessão paulistana. Podem determinar a realização -ou não- de um segundo turno. Caberá também a eles ajudar esse ou aquele candidato a passar para o turno final.
Há, nitidamente, três pelotões de candidatos a prefeito na cidade de São Paulo. Na frente, José Serra (PSDB), Marta Suplicy (PT) e Paulo Maluf (PP). Juntos, acumulam 66% das intenções de voto, conforme pesquisa Datafolha publicada ontem.
Na posição intermediária está Luiza Erundina (PSB), sozinha, com 11%. Na lanterna estão seis candidatos que, somados, têm 14%.
Não é ainda possível saber quais serão todos os nomes na urna eletrônica. A lei determina que os partidos façam suas escolhas de 10 a 30 de junho. O Datafolha de ontem deve acelerar o acerto de futuras alianças.
A pesquisa mostrou uma espantosa rejeição dos eleitores a Marta Suplicy: 43% não querem votar na atual prefeita. Pior do que isso, 8% dos que aprovam a administração da petista também não a querem.
Essa rejeição a Marta permite a seguinte inferência: não vai ser fácil o PT manter a Prefeitura de São Paulo, mesmo com um marqueteiro experiente como Duda Mendonça. A conseqüência imediata é os opositores se posicionarem o melhor que podem para ficar com o espólio.
Aí entram os coadjuvantes. A mais importante é Luiza Erundina. A ex-prefeita tem grande patrimônio eleitoral. Se desistir a favor de alguém, seu apoio pode valer ouro.
Os outros atores secundários têm relevância pelo tempo de TV. Michel Temer, do PMDB, só tem um 1% no Datafolha, mas seu partido é uma das siglas com mais minutos disponíveis no horário eleitoral.
O PT já declarou que não fará alianças em São Paulo. Deixou tudo para os adversários. OK. É uma estratégia. Ao final, saberemos se foi uma demonstração de força política ou só a arrogância de sempre.


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