São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Psiquiatria
"A reportagem "Ministério da Saúde exclui 10 hospitais psiquiátricos do SUS" (Cotidiano, 20/8) mostrou os resultados do Programa Nacional de Avaliação dos Hospitais Psiquiátricos (Pnash) 2003/ 2004. Com base no Pnash, o ministro vai propor à Justiça ação de intervenção compartilhada em sete hospitais que não alcançaram a avaliação mínima exigida pelo Ministério da Saúde. Esses hospitais estão localizados em seis Estados. Nenhum dos hospitais ou entidades ficam no Estado de São Paulo, e a intervenção, bem como o resultado do Pnash, confirmam o posicionamento do Grupo de Saúde Mental do Estado, que discute o ajuste no Programa Anual de Reestruturação da Assistência Hospitalar no SUS. Todos os hospitais que deverão sofrer intervenção têm menos de 200 leitos. Portanto redução de leitos não garante qualidade."
José Alberto Monteclaro Cesar, presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Anistia
"Excelente a entrevista com Fernando Gabeira na reportagem sobre os 25 anos da anistia ("Gabeira revê 79 e ataca "sonho burguês" do PT", Brasil, 22/8). Gabeira fala com propriedade do equívoco da eleição de Lula à Presidência do Brasil."
Wagner Cozzolino (São Paulo, SP)

Drogas
"Sinto-me preocupado com a opinião do senhor Marcílio Cavalcanti, coordenador de uma rede de usuários de drogas ("Rede de usuários defende direito ao uso", Cotidiano, 22/8). Como defender a legalização das drogas se os dados apontam claramente para um conseqüente aumento no consumo e um agravamento das conseqüências prejudiciais envolvidas no abuso de substâncias? Além do mais, como defender essa política sendo ele mesmo um claro exemplo dos imensos danos causados por uma substância legalizada como o álcool?"
Paulo J. Cunha, psicólogo, especialista no atendimento a dependentes químicos, doutorando pela Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Carregando o piano
"Tenho 83 anos e sou um diplomata aposentado. Tive descontos da Previdência por 42 anos, inclusive em dólares. Fiquei livre dessa contribuição em 1985. Após esse descanso, estou sendo obrigado, com milhares de outros aposentados e pensionistas, a carregar novamente o piano do INSS, que sempre foi desafinado, corroído pela corrupção e por gestões fraudulentas e irresponsáveis. O pior é que o malfadado móvel passou, automaticamente, a soar acordes de uma marcha fúnebre para os idosos contribuintes."
Flávio Mendes de Oliveira Castro (Brasília, DF)

 

Posso até concordar agora com o desconto da Previdência em minha mísera pensão do INSS. Pergunto, porém, quando é que poderemos ter em nosso país o governo, o Judiciário, o Senado, jornalistas etc. fazendo cada um exatamente o que lhes cabe."
Addy Félix de Carvalho (São Paulo, SP)

Huntington
"Nossos agradecimentos à Folha e ao senhor Julio Abramczyk pela atenção ao tema "doença de Huntington" ("Doença simula mal psiquiátrico", Cotidiano, 22/8). A doença de Huntington é gravíssima, neurodegenerativa e ainda sem cura. Não conseguiu ainda chamar a atenção da sociedade, como ocorre com outras patologias como o mal de Parkinson e o de Alzheimer. Há muito a ser divulgado num tema tão importante e tão desconhecido pela sociedade como esse."
Maria Celeste Nunes Castilho, presidente da ABH -Associação Brasil Huntington-, entidade de apoio às famílias portadoras da doença de Huntington (São Paulo, SP)

Universidade
"No artigo "Em defesa da universidade pública" ("Tendências/Debates", 23/8), o presidente da Adusp e seus vice-presidentes apresentam a versão fictícia de que esse sindicato de professores defende uma universidade de qualidade. Como docentes da USP, gostaríamos de deixar claro que o referido sindicato não nos representa, assim como não representa vários de nossos colegas. Eles mencionam a "intensidade e a força do movimento" grevista, mas no IF-USP, por exemplo, apenas cinco docentes do total de aproximadamente 150 deixaram de cumprir suas atribuições didáticas durante os 63 dias de greve. Há vários anos, a Adusp busca impedir qualquer discussão a respeito de avaliação individual e periódica de todos os docentes. Não há como aferir, preservar ou melhorar qualidade sem esse mecanismo. No entanto isso não faz parte da agenda sindical da Adusp. A defesa da universidade passa obrigatoriamente pela defesa de seus valores e missões, que, na maioria das vezes, são ortogonais à defesa sindical das corporações. Universidades socialmente responsáveis procuram deixar claro à sociedade a alta qualidade do desempenho de seus docentes antes de solicitar mais recursos, ainda mais num país como o nosso." Paulo Alberto Nussenzveig e Renata
Zukanovich Funchal, professores do Instituto de Física da USP (São Paulo, SP)

Segurança
"Sobre o artigo "Tolerância mil" (Opinião, 20/8), de Clóvis Rossi, a assessoria de comunicação da Secretaria da Segurança Pública informa que a frase do secretário foi proferida em um contexto no qual se insinuava que ele, por ser autoridade, teria privilégios como proteção policial -e que, mesmo assim, não teria sido possível evitar o crime. A frase do secretário, dita após outras explicações, apenas significa que ele é um cidadão comum. É lamentável que o artigo inspire a percepção de que, se uma autoridade for mais protegida, a população vai se sentir mais segura. Mais lamentável ainda é querer uma sintonia (que autoridades digam aquilo que a população quer ouvir). A resposta do secretário procurou mostrar que violência e criminalidade não se resolvem só com polícia. Os índices de criminalidade vêm baixando, o que não acontecia desde 2000. Quando o secretário assumiu o cargo, havia 48 casos de seqüestro -hoje há dois casos em andamento. São Paulo tem hoje 130 mil presos, e esse número não vai parar de crescer até que a sociedade como um todo pare de se preocupar com frases e encare a realidade de milhares de pessoas que não têm perspectiva de subsistência ."
Marisa de França, assessora de comunicação da Secretaria da Segurança Pública (São Paulo, SP)


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