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São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 2003

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BUSH NA ONU

Conforme o esperado, o presidente George W. Bush foi o centro das críticas ontem em Nova York na 58ª Assembléia Geral das Nações Unidas, a primeira após a invasão do Iraque. Apesar disso, o líder norte-americano insistiu em que a ação militar -que não contou com a aprovação da organização- era justificada e pediu ao mundo auxílio para estabilizar e reconstruir o país.
Há um ano, Bush dizia que, se não fosse capaz de fazer com que Saddam Hussein cumprisse suas resoluções, a ONU corria o risco de tornar-se um órgão irrelevante. Ontem, foi um Bush menos arrogante que apareceu diante da Assembléia para pedir o apoio de países-membros. O presidente dos EUA precisa de ajuda, em soldados e em dinheiro.
Embora a vitória militar no Iraque tenha sido rápida e convincente, a administração do pós-guerra está se revelando um verdadeiro atoleiro para os EUA. Guerrilheiros iraquianos e estrangeiros que lutam contra a ocupação do país armam emboscadas diárias para as tropas norte-americanas. Já morreram mais soldados dos EUA desde que foi decretado o fim formal dos combates do que durante a guerra propriamente dita.
A questão financeira é igualmente preocupante. Os custos da aventura estão se mostrando bem superiores aos inicialmente previstos. Cada semana de permanência dos cerca de 130 mil soldados dos EUA sai por US$ 1 bilhão para o contribuinte americano. Bush acaba de enviar ao Congresso um pedido de verbas suplementares de US$ 87 bilhões.
Como não poderia deixar de ser, essa difícil situação já começa a trazer repercussões políticas. Foi divulgada na segunda-feira uma pesquisa de intenção de voto que traz, pela primeira vez, Bush, que é candidato à reeleição em 2004, atrás de postulantes do Partido Democrata.
Como o cenário econômico tampouco é muito favorável, Bush corre o risco de, repetindo seu pai, ser derrotado na reeleição mesmo tendo vencido uma guerra.


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