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VALDO CRUZ
Efeito Orloff
BRASÍLIA - O PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento) é o
Bolsa Família de amanhã. Classificado de uma mera peça de marketing hoje, renderá frutos nos próximos anos e se tornará num grande
carro-chefe do governo Lula.
Essa análise é feita por integrantes da equipe do presidente petista
sobre as críticas desferidas contra o
principal programa do governo no
segundo mandato.
"Foi assim com o Bolsa Família.
Ninguém acreditava nele, só recebíamos pauladas. Depois, quando
acordaram [a oposição], o presidente estava reeleito", desabafa um ministro de Lula.
Dentro do governo, não há muita
expectativa de que se reverta no
curto prazo o que classificam de clima desfavorável na mídia a respeito
do PAC. Por dois motivos. Um, por
considerarem que há, por parte de
alguns, má vontade com qualquer
programa do governo.
Dois, por realmente nessa primeira fase o PAC não ter lá muito o
que mostrar, já que enfrenta entraves e demora na liberação de recursos. É um período mais de preparativos, de montar os cenários, retirar
da frente os obstáculos, para então
desfilar na avenida, justificam operadores do programa.
Além disso, ninguém no governo
acredita que o PAC será 100% executado. Mas essa foi a expectativa
criada desde o início, o que sempre
será cobrado a cada balanço.
Bem, como já dito, essa é a avaliação do governo, que poderá ser checada apenas a médio e longo prazos.
Aí será possível saber se o PAC conseguiu vencer a letargia da máquina
pública petista ou se sucumbiu a
ela, dando combustível àqueles que
o classificam de ficção.
Se der certo, Lula terá nos dois últimos anos de mandato uma extensa agenda de inaugurações, espalhadas por todo o país. O PAC terá
se transformado, então, na grande
bandeira eleitoral petista de 2010.
Para a felicidade daquele que for
ungido candidato pelo presidente.
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