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ELIANE CANTANHÊDE
Vexame atrás de vexame
BRASÍLIA - A ministra da Assistência e Promoção Social, Benedita da Silva,
foi passear em Buenos Aires para
participar de um encontro evangélico. Com dinheiro público. Depois de
dias e dias sob bombardeio, dentro e
fora do governo, pagou o que devia.
O ministro dos Esportes, Agnelo
Queiroz, foi curtir os Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo (dizem
que é um lugar lindo) e espertamente
somou as diárias do governo com as
do Comitê Olímpico Brasileiro. Criticado, pagou o que devia ao governo e
disse que vai ressarcir o comitê.
O secretário nacional de Segurança
Pública, Luiz Eduardo Soares, contratou não só a atual como a ex-mulher. A argumentação da ex, a socióloga Bárbara Soares, responsável pela parte de segurança da mulher no
programa do PT, é bastante consistente. Mas ninguém soube explicar
direito o porquê da contratação da
atual mulher. Constrangido, Soares
deixou o cargo e voltou para o Rio.
Apesar de consideradas questões
"menores" ou quantias "pequenas",
são coisas assim que acabam arruinando imagens de homens, de partidos e de instituições públicas. Ainda
mais em se tratando do PT, o arauto
da moralidade durante tantos anos e
há tão pouco experimentando o gostinho do poder federal.
Por coincidência ou não, sabe-se do
efeito deletério desses gestos políticos,
mas não se sabe nada do que os envolvidos andam fazendo. O que faz
Benedita? Qual a função de Agnelo?
Onde foi parar a prioridade à segurança pública na gestão Soares?
Não é preciso que nenhum grande
sociólogo, analista político ou marqueteiro passe noites em claro para
entender a queda progressiva de popularidade do governo.
O melhor que Lula poderia fazer
era uma boa reforma -ou faxina-
no ministério, impregnado de sentimento de camaradagem, carente de
competência e agora envolvido nesse
tipo de coisa. Por falar nisso, e o ministro dos Transportes, Anderson
Adauto? Com tanta onda nos ministérios do PT e agora do PC do B (Esportes), ninguém nem fala nele.
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