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LUZ PARA TODOS
A Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) negocia com
as concessionárias para que o suprimento de energia elétrica atenda a todo o país até 2005.
Apesar de ser um dos serviços infra-estruturais de maior cobertura
(atinge 94% da população), cerca de
10 milhões de brasileiros não dispõem de fornecimento de eletricidade. Para eliminar o déficit, calcula-se
que sejam necessários investimentos
de R$ 8 bilhões.
As concessionárias, entretanto,
têm demonstrado resistência à meta
estabelecida pela Aneel. Argumentam que as distribuidoras de regiões
de menores renda per capita e densidade populacional deveriam ter um
prazo maior para atingir a universalização do que as das regiões mais ricas e densas, sob o risco de haver
uma piora na qualidade do serviço.
Distribuidoras afirmam que, em alguns casos, apenas um aumento de
tarifas permitiria realizar os investimentos necessários para que a universalização fosse atingida.
A Aneel faz questão de manter em
2005 o prazo para o cumprimento
das metas de universalização. Reafirma ser pouco provável que venha a
autorizar um aumento extraordinário de tarifas para dar curso à ampliação dos serviços.
No entanto, a agência reguladora
está estudando a criação de uma alternativa financeira para viabilizar o
cumprimento das metas. A constituição de um fundo, custeado por
contribuições de todas as concessionárias, semelhante ao que existe na
telefonia, é uma das possibilidades.
É claro que a universalização do
fornecimento de eletricidade não deve ser obtida à custa de uma piora na
qualidade do serviço. Também é razoável que as concessionárias de regiões de menor densidade demográfica sejam compensadas por seus
custos adicionais.
Existem diferentes formas de equacionar o problema. O único resultado inaceitável seria que, em plena era
da tecnologia digital, 10 milhões de
brasileiros continuassem a não ter
acesso a um serviço público básico,
que data do século 19.
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