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São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 2003

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COMÉRCIO E INVESTIMENTO

A conta corrente do balanço de pagamento brasileiro, que registra as transações de bens e serviços dos agentes domésticos com o exterior, foi superavitária em US$ 3,9 bilhões, entre janeiro e outubro, segundo o Banco Central. No mesmo período de 2002, registrou um déficit de US$ 7,5 bilhões. O bom resultado foi garantido pelo excelente desempenho da balança comercial.
O superávit comercial foi produto de um conjunto de fatores: melhora dos preços das commodities exportadas pelo país, recuperação de mercados tradicionais (Argentina e EUA), conquista de novos mercados (China e Taiwan), baixo dinamismo da demanda doméstica etc. Esses fatores possibilitaram o aumento no valor exportado, aproveitando os preços internacionais, mas também uma expansão no volume. O agronegócio, a indústria de petróleo e derivados e a automobilística ampliaram suas vendas externas.
A melhora nas condições de acesso das empresas aos mercados internacionais de capitais garantiu a rolagem das dívidas externas. Já o comportamento do investimento estrangeiro direto foi menos favorável, acompanhando a estagnação do mercado interno. Entre janeiro e outubro, o país recebeu US$ 6,8 bilhões, volume 51% abaixo do investido no mesmo período de 2002.
Para 2004, o BC projeta um déficit em transações correntes de US$ 4,6 bilhões e um volume de investimento estrangeiro direto de US$ 13 bilhões. Todavia haverá amortizações de dívidas de curto e longo prazo de US$ 44 bilhões. Esses dados parecem demonstrar a elevada necessidade de financiamento externo da economia brasileira, a despeito de avanços consideráveis no período recente. Para reduzir essa dependência dos capitais internacionais, o país deve aprofundar as políticas setoriais e de comércio exterior, bem como monitorar a taxa de câmbio. Além disso, avanços nos instrumentos de regulação e financiamento -Parcerias Público-Privadas, agências reguladoras etc.- precisam acontecer para atrair mais investimento produtivo.


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