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COMÉRCIO E INVESTIMENTO
A conta corrente do balanço de
pagamento brasileiro, que registra as transações de bens e serviços dos agentes domésticos com o
exterior, foi superavitária em US$ 3,9
bilhões, entre janeiro e outubro, segundo o Banco Central. No mesmo
período de 2002, registrou um déficit
de US$ 7,5 bilhões. O bom resultado
foi garantido pelo excelente desempenho da balança comercial.
O superávit comercial foi produto
de um conjunto de fatores: melhora
dos preços das commodities exportadas pelo país, recuperação de mercados tradicionais (Argentina e
EUA), conquista de novos mercados
(China e Taiwan), baixo dinamismo
da demanda doméstica etc. Esses fatores possibilitaram o aumento no
valor exportado, aproveitando os
preços internacionais, mas também
uma expansão no volume. O agronegócio, a indústria de petróleo e derivados e a automobilística ampliaram
suas vendas externas.
A melhora nas condições de acesso
das empresas aos mercados internacionais de capitais garantiu a rolagem das dívidas externas. Já o comportamento do investimento estrangeiro direto foi menos favorável,
acompanhando a estagnação do
mercado interno. Entre janeiro e outubro, o país recebeu US$ 6,8 bilhões, volume 51% abaixo do investido no mesmo período de 2002.
Para 2004, o BC projeta um déficit
em transações correntes de US$ 4,6
bilhões e um volume de investimento estrangeiro direto de US$ 13 bilhões. Todavia haverá amortizações
de dívidas de curto e longo prazo de
US$ 44 bilhões. Esses dados parecem demonstrar a elevada necessidade de financiamento externo da economia brasileira, a despeito de avanços consideráveis no período recente. Para reduzir essa dependência dos
capitais internacionais, o país deve
aprofundar as políticas setoriais e de
comércio exterior, bem como monitorar a taxa de câmbio. Além disso,
avanços nos instrumentos de regulação e financiamento -Parcerias Público-Privadas, agências reguladoras
etc.- precisam acontecer para atrair
mais investimento produtivo.
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