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Nuvens em Brasília
TORNAM-SE ainda mais graves as perspectivas políticas do Distrito Federal com
a renúncia do vice-governador
Paulo Octávio. Seu sucessor, o
presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima (PR), já é o terceiro mandatário da capital do
país em apenas 12 dias.
Há dúvidas sobre as condições
políticas e administrativas de Lima para exercer a função. Sabe-se, além disso, que ele tem planos
de se candidatar a um novo mandato na Câmara, o que o obrigaria a desvincular-se do cargo no
início de abril. Caso opte por permanecer, há ainda a hipótese de
que venha a ser atingido por denúncias -ele que é aliado do governador José Roberto Arruda,
ora em prisão preventiva.
Numa eventual ausência de Lima, caberia a seu vice na Câmara,
conhecido como Cabo Patrício
(PT), assumir o cargo. Mas também ele pretende se apresentar
no pleito. Quanto ao presidente
do Tribunal de Justiça, a quem,
por fim, caberia o bastão, já avisou que não o aceitará.
Há no entanto uma pequena
chance de a prisão de Arruda ser
suspensa pela Justiça e o governador retornar ao cargo. É um
desdobramento formalmente
possível, embora improvável.
Restaria a alternativa da intervenção, que será objeto de análise pelo Supremo Tribunal Federal, em março. Há sinais de desconforto da corte e do próprio
Executivo para assumir o ônus
da decisão, que é, de fato, extrema. Em tese, deveria ser evitada
em prol de uma solução política.
A questão é saber se a presença
de Lima no cargo poderá se configurar como tal solução.
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