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CARTEL AÉREO
Relatório elaborado pela Secretaria de Acompanhamento
Econômico do Ministério da Fazenda (Seae) indica que Varig e TAM extrapolaram os limites previstos no
acordo que autorizou o uso compartilhado de aviões pelas duas companhias aéreas.
As empresas haviam anunciado no
início do ano passado que buscariam
um caminho comum com vistas a
constituir uma nova empresa de capital aberto, com controle privado,
gestão profissional e "elevado padrão de governança corporativa". O
objetivo da operação seria promover
um processo de saneamento administrativo e operacional, com a necessária reestruturação das dívidas.
O Cade, órgão que faz parte do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, firmou com as companhias
um contrato com dois objetivos: assegurar condições para preservar a
competitividade e permitir o cancelamento da operação se necessário.
Para tanto, foram explicitadas algumas premissas básicas, entre elas a
proibição de fusões de ativos, a manutenção das marcas, a separação
dos programas de fidelidade e o veto
à uniformização de tarifas.
O que o relatório divulgado pela
Seae sugere é que as empresas não
respeitaram o acordo. O documento
afirma que, em contradição com o
que fora estabelecido, "há indícios
de que a cooperação anunciada pelas
partes era mais extensa do que um
simples compartilhamento de aeronaves". Os sinais são de cartelização,
com redução deliberada de vôos e
formação de tarifas que permitiram
às duas empresas, segundo o relatório, "aumentar de forma ilícita as
suas margens de lucro".
Em resumo, tudo indica que o
maior prejudicado acabou sendo,
mais uma vez, o consumidor. A reorganização do setor é complexa e a situação está longe de ter uma saída fácil. É de esperar, porém, dos órgãos
competentes, que atuem no sentido
de uma reestruturação que contemple os interesses dos usuários e se
paute por critérios de mercado.
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