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SEM UTI
Neste ano, 38 pessoas morreram à espera de vagas em unidades de terapia intensiva (UTIs) em
Ponta Grossa, cidade a 120 km de
Curitiba, segundo reportagem publicada ontem pela Folha. De acordo
com um diretor da Secretaria da Saúde do município, "uma boa parte teria mais chances de sobreviver" caso
houvesse leitos suficientes. Também
em Londrina três pessoas morreram
durante o último final de semana enquanto aguardavam vagas em UTIs.
Os casos das cidades paranaenses
não são isolados. Juntam-se aos de
Fortaleza, onde recentemente 32 pacientes perderam a vida, num intervalo de 40 dias, esperando leitos em
unidades de terapia intensiva.
Pressionado pelos fatos, o governo
federal já havia reagido, em maio,
anunciando que credenciará, até o
primeiro semestre de 2004, 2.233 novos leitos de UTI para o Sistema Único de Saúde. Desse total, 1.858 estariam disponíveis a partir de julho do
ano que vem.
O Ministério da Saúde também
prometeu lançar o Programa Nacional de Atenção Integral às Urgências.
A ação seria iniciada em São Paulo,
consistindo na montagem de equipes para atendimentos de emergência em unidades móveis, que poderiam ser acionadas por telefone.
Uma vez feito o atendimento nessas
unidades, o médico encaminharia o
paciente para o hospital mais próximo que oferecesse vaga.
Caso a promessa do governo venha
a ser cumprida, a anunciada ampliação dos leitos de UTI faria com que o
SUS passasse a contar com 16.269
dessas vagas no país -o que equivaleria a 3,68% do total de leitos hospitalares públicos.
O ideal, no entanto, de acordo com
o próprio ministério, seria que o percentual atingisse, no mínimo, 4%.
Isso significa que ainda haverá a necessidade de mais 1.418 leitos de UTI.
A situação é lamentável e atesta o
quanto a saúde pública no país ainda
precisa avançar.
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