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São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 2003

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MONOPÓLIO AÉREO

É conhecida a crise internacional por que passa a aviação comercial. Os efeitos do 11 de Setembro e o desaquecimento da economia foram catastróficos para inúmeras companhias, muitas delas já às voltas com dificuldades anteriores. Nos Estados Unidos, principal país atingido, o governo viu-se na necessidade de agir em auxílio das empresas.
No Brasil, a situação não é menos grave, como atestam o desaparecimento da Transbrasil, as enormes dificuldades da Vasp e o complexo processo de fusão de Varig e TAM -que, também aqui, envolve participação governamental. Alguns podem sair perdendo dessa situação, mas já há dois grandes derrotados: a livre concorrência e o consumidor.
Quem quer que se utilize com alguma regularidade do transporte aéreo no Brasil já pôde experimentar as consequências desse quadro, que se materializam na deterioração crescente dos serviços. Cancelamentos de vôos, filas, atendimento precário e desorientação têm se tornado rotina em grandes aeroportos. Vencida a dificuldade à qual o viajante muitas vezes é submetido para conseguir simplesmente embarcar, as coisas não se afiguram muito melhores no interior dos aviões.
É verdade que, em consequência dos ajustes promovidos, o setor começa a mostrar sinais de leve melhora. Houve pequeno aumento da taxa de ocupação média, de 64% para 67% em julho, na comparação com o mesmo mês de 2002.
Ainda que a ocupação alcance níveis que afetem positivamente a saúde das empresas, a situação estrutural já parece definida. O mercado brasileiro comportará apenas uma grande companhia de aviação, que surgirá da fusão Varig-TAM. Sem concorrência, são previsíveis os efeitos maléficos para o consumidor, seja em relação às tarifas, seja quanto à qualidade dos serviços.


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