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MONOPÓLIO AÉREO
É conhecida a crise internacional por que passa a aviação comercial. Os efeitos do 11 de Setembro
e o desaquecimento da economia foram catastróficos para inúmeras
companhias, muitas delas já às voltas com dificuldades anteriores. Nos
Estados Unidos, principal país atingido, o governo viu-se na necessidade de agir em auxílio das empresas.
No Brasil, a situação não é menos
grave, como atestam o desaparecimento da Transbrasil, as enormes
dificuldades da Vasp e o complexo
processo de fusão de Varig e TAM
-que, também aqui, envolve participação governamental. Alguns podem sair perdendo dessa situação,
mas já há dois grandes derrotados: a
livre concorrência e o consumidor.
Quem quer que se utilize com alguma regularidade do transporte aéreo
no Brasil já pôde experimentar as
consequências desse quadro, que se
materializam na deterioração crescente dos serviços. Cancelamentos
de vôos, filas, atendimento precário e
desorientação têm se tornado rotina
em grandes aeroportos. Vencida a
dificuldade à qual o viajante muitas
vezes é submetido para conseguir
simplesmente embarcar, as coisas
não se afiguram muito melhores no
interior dos aviões.
É verdade que, em consequência
dos ajustes promovidos, o setor começa a mostrar sinais de leve melhora. Houve pequeno aumento da taxa
de ocupação média, de 64% para
67% em julho, na comparação com o
mesmo mês de 2002.
Ainda que a ocupação alcance níveis que afetem positivamente a saúde das empresas, a situação estrutural já parece definida. O mercado
brasileiro comportará apenas uma
grande companhia de aviação, que
surgirá da fusão Varig-TAM. Sem
concorrência, são previsíveis os efeitos maléficos para o consumidor, seja em relação às tarifas, seja quanto à
qualidade dos serviços.
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