BRASÍLIA - É comum os partidos incharem quando estão no poder. O PSDB elegeu 63 deputados federais em 1994. Chegou a 99 durante o reinado tucano. Agora, definhou para apenas 55 cadeiras.
O PT não parece disposto a imitar os tucanos. Único partido que elege sempre mais deputados federais a cada eleição desde 1982, a sigla de Lula tem hoje 93 vagas na Câmara.
Já está em curso uma campanha para filiar novos militantes. A meta mágica sonhada é pular dos cerca de 500 mil filiados atuais para 1 milhão até o ano que vem, antes das eleições municipais. A idéia é eleger pelo menos um vereador em cada uma das 5.600 cidades brasileiras.
O PT também deseja no mínimo dobrar seus cerca de 300 prefeitos. Apesar de esses petistas governarem cidades que somam 30 milhões de habitantes, a capilaridade do partido é pequena nos grotões.
Há também um processo de informatização de todos os diretórios da agremiação. Será feita a compra de 7.000 terminais, que serão instalados em linha com a sede nacional petista.
Há vários objetivos nessa estratégia computadorizada. Primeiro, os militantes terão acesso imediato e barato a comunicados da direção partidária. Segundo, será possível fazer pronunciamentos televisados ao vivo, via internet. Por último, o terminal poderá receber arquivos de áudio, que serão colocados em carros de som nas comunidades locais.
Tudo somado, é quase uma revolução perto do estado mesozóico dos partidos políticos brasileiros.
Dois detalhes curiosos. Os 7.000 computadores serão comprados por meio de uma concorrência privada, comandada pelo tesoureiro do partido, Delúbio Soares.
Agora, o mais importante: na campanha de filiação, entrará quem quiser, e as inscrições poderão ser feitas pela internet. É o PT passando pelo seu processo de "aggiornamento".


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