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Editoriais
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Risco para a infância
O Inmetro, órgão responsável
pela certificação de segurança e
respeito às normas técnicas de
produtos industriais, anuncia que
passará a analisar, de forma compulsória, todo material escolar
destinado a crianças de até 12
anos. Surpreende que a exigência
não existisse antes.
Não há pai ou mãe que não se
preocupe com o hábito de seus filhos de levar objetos à boca. A natural curiosidade das crianças, associada à inexperiência, termina
por expô-las a riscos constantes.
Tomadas, facas, quinas, mesmo a
casa mais segura é um campo minado para a infância, a exigir que
entrem em cena as precauções e
cuidados dos adultos.
Ao chegar à idade de frequentar
o colégio, o material escolar aumenta a lista das pequenas ameaças. Uma borracha cor-de-rosa
com odor de goma de mascar ou
de morango pede para ser engolida. Que gosto terá a cola? O dedo
cabe na entrada do apontador?
Há riscos que não podem ser diretamente observados pelos pais
ou educadores. Substâncias químicas em massas de modelar ou
na tinta guache, a depender da
quantidade, podem causar danos.
Competirá à fiscalização agora
anunciada pelo Inmetro cercear o
comércio de produtos perigosos.
Informações nas embalagens ajudarão a orientar os adultos.
Há quem veja na investida do
órgão uma maneira de beneficiar
a indústria nacional, que enfrenta
a concorrência de produtos importados de baixa qualidade. Se
for o preço da segurança, não há
por que não pagá-lo. Que todos se
ajustem às regras.
A resolução do instituto só deve
vir a público em setembro. Os fabricantes terão um ano para se
adaptar, e os revendedores, mais
seis meses para zerar os estoques
de produtos antigos. São prazos
demasiadamente dilatados. Por se
tratar de uma questão de saúde
pública, a vigência das novas normas deveria ser antecipada.
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