São Paulo, quarta-feira, 25 de agosto de 2010

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Editoriais

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Risco para a infância

O Inmetro, órgão responsável pela certificação de segurança e respeito às normas técnicas de produtos industriais, anuncia que passará a analisar, de forma compulsória, todo material escolar destinado a crianças de até 12 anos. Surpreende que a exigência não existisse antes.
Não há pai ou mãe que não se preocupe com o hábito de seus filhos de levar objetos à boca. A natural curiosidade das crianças, associada à inexperiência, termina por expô-las a riscos constantes. Tomadas, facas, quinas, mesmo a casa mais segura é um campo minado para a infância, a exigir que entrem em cena as precauções e cuidados dos adultos.
Ao chegar à idade de frequentar o colégio, o material escolar aumenta a lista das pequenas ameaças. Uma borracha cor-de-rosa com odor de goma de mascar ou de morango pede para ser engolida. Que gosto terá a cola? O dedo cabe na entrada do apontador?
Há riscos que não podem ser diretamente observados pelos pais ou educadores. Substâncias químicas em massas de modelar ou na tinta guache, a depender da quantidade, podem causar danos.
Competirá à fiscalização agora anunciada pelo Inmetro cercear o comércio de produtos perigosos. Informações nas embalagens ajudarão a orientar os adultos.
Há quem veja na investida do órgão uma maneira de beneficiar a indústria nacional, que enfrenta a concorrência de produtos importados de baixa qualidade. Se for o preço da segurança, não há por que não pagá-lo. Que todos se ajustem às regras.
A resolução do instituto só deve vir a público em setembro. Os fabricantes terão um ano para se adaptar, e os revendedores, mais seis meses para zerar os estoques de produtos antigos. São prazos demasiadamente dilatados. Por se tratar de uma questão de saúde pública, a vigência das novas normas deveria ser antecipada.


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