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FERNANDO RODRIGUES
Os destinos da prefeita
BRASÍLIA - A possibilidade cada vez mais real de uma derrota petista em
São Paulo não será o fim do mundo
para o governo Lula. Mas certamente
abalará placas tectônicas dentro do
PT. A começar pelo destino da prefeita Marta Suplicy em 2005.
A embaixada em Paris ela já disse
que não lhe interessa. Nem teria
chance. Essa vaga está reservada para o ineficaz ministro da Defesa, o diplomata José Viegas.
Um ministério para Marta só faria
colar ainda mais no governo Lula a
pecha de "retiro dos perdedores".
Perca uma eleição e vire ministro. A
própria Marta sabe disso.
O que a prefeita paulistana acha
que lhe cai bem é presidir o PT. O cargo hoje é exercido por José Genoino,
que ficou sem mandato depois de
perder a disputa para o governo de
São Paulo em 2002.
Como presidente nacional do partido, Marta correria o país e, mais ainda, o Estado de São Paulo. Estaria se
cacifando para postular a vaga de
candidata ao governo paulista em
2006. Será uma eleição esquisita.
Maluf definhou. O PMDB inexiste.
E o PSDB não tem um nome de grande destaque. Geraldo Alckmin não
pode disputar a reeleição. Petistas
acham que levam essa fácil, pois estariam alavancados pela campanha
nacional da reeleição de Lula.
Falta, é claro, Marta combinar seus
planos com os outros petistas de olho
no Palácio dos Bandeirantes em
2006, como Aloizio Mercadante, Antonio Palocci, João Paulo Cunha e José Genoino. Vai sair faísca.
É possível que Marta consiga destronar Genoino da presidência do
PT? Difícil responder. Lula teria de
arranjar uma vaguinha para o amigo dentro do governo.
Pesa contra a prefeita sua inabilidade política. Simulou pruridos e rejeitou Orestes Quércia no início do
processo eleitoral. Agora que a campanha está atolada no brejo, aparece
em cartazes ao lado de Paulo Maluf.
Uma estratégia catastrófica.
Se Marta imprimir ao PT sua destreza para alianças, fará a alegria dos
adversários da sigla de Lula.
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