São Paulo, terça-feira, 25 de novembro de 2003

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TENDÊNCIAS/DEBATES

Por uma OAB melhor

DINO FIORE CAPO

Cursei a Faculdade de Direito Mackenzie, formado pela turma de 1971, e desde essa época tenho batalhado arduamente no exercício da profissão, que a cada dia está mais difícil, uma vez que não somos amparados na totalidade, em nossos anseios, pela OAB-SP.
Partindo dessa premissa, em reunião com vários colegas, decidimos lançar chapa própria e, nessa ocasião, fui escolhido para presidi-la. Opomo-nos à atual administração, uma vez que o valor da anuidade da nossa categoria está muito elevado.
É crível que antes do recadastramento existiam em torno de 59 mil advogados inadimplentes e, após tal recadastramento, o número tenha caído para aproximadamente 32 mil advogados? E esses 32 mil colegas, como farão para continuar a trabalhar, já que não possuem a nova identidade profissional?
Essa inadimplência é grave, mas a maneira encontrada pela atual administração para diminuir a mencionada inadimplência é preocupante.
A OAB-SP, como órgão de classe, tem o dever de fornecer alguma solução para tais casos. Não concordamos com a estratégia utilizada pela situação.
Ainda, é importante compararmos o valor da anuidade de nosso órgão de classe com o cobrado pelos demais órgãos, senão vejamos: o valor da anuidade da OAB é de R$ 550. No ano de 2002, os dentistas tiveram fixada a anuidade de R$ 216,80; os economistas, de R$ 156; os engenheiros e arquitetos, de R$ 124; e, finalmente, os médicos, de R$ 245. Percebe-se, portanto, que a desproporção é imensa entre as anuidades dos diversos órgão de classe.
Cabe salientar a gravidade da cobrança da anuidade de R$550 de nosso órgão de classe, ainda mais agravada pelo fato de que os estagiários têm o dever de pagar a anuidade, no valor de R$207.
Com tais valores de anuidade, é claro que nossa classe tem tido muita dificuldade para saldá-la.
Deve-se dizer também da importância de o advogado obter um bom atendimento médico, odontológico, hospitalar e laboratorial. Sabemos que os atuais planos de saúde privados são por demais onerosos, inviabilizando o atendimento adequado e necessário, já que nós, advogados, somos detentores do primeiro lugar na incidência do enfarto do miocárdio.



É importante compararmos o valor da anuidade de nosso órgão de classe com o cobrado pelos demais órgãos

Por essas razões, nós, da chapa 15 - OAB-SP Melhor na Oposição, propomo-nos a criar o Hospital do Advogado, às expensas da OAB-SP, local em que o colega e seus dependentes poderão ser atendidos sem se preocupar com as suas posses, não serão obrigados a deixar cheque-caução, terão atendimento também laboratorial, sendo estes tratados com todo o respeito e dignidade que merecem.
Criar não significa construir o hospital, pois atualmente existem diversos hospitais desativados que, sem sombra de dúvidas, mediante convênio ou contrato de comodato com o seu proprietário, seja ele governo estadual ou municipal, poderemos equipar e adequar para o uso do advogado e de seus dependentes.
Essas são as prioridades da nossa chapa para a presidência da OAB-SP.

Dino Fiore Capo, 59, advogado, é candidato à presidência da seccional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil.


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