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Editoriais
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A evolução da Aids
A ATUALIZAÇÃO dos dados
epidêmicos mundiais
quanto à Aids compõe um
panorama até certo ponto alentador da evolução da doença. Nos
últimos oito anos, o número de
infecções novas decaiu 17%.
Mesmo na África Subsaariana,
onde a síndrome assumiu a proporção de um flagelo (70% dos 2
milhões de mortes em 2008
ocorreram ali), houve redução
auspiciosa de 15%. Foram 400
mil casos a menos no período.
Por outro lado, nunca houve
tanta gente convivendo com o
HIV. Segundo o relatório publicado ontem pelo Unaids (programa da ONU sobre Aids) e pela
Organização Mundial da Saúde,
estima-se que 31,1 milhões a 35,8
milhões de pessoas portam o vírus. Cerca de 2,1 milhões são
crianças com menos de 15 anos
-1,8 milhão delas na África.
O contingente de HIV-positivos ainda cresce de modo contínuo, apesar do recuo notável nas
infecções, porque a sobrevida
dos portadores do vírus é cada
vez mais longa. Com a disseminação das terapias com drogas
antirretrovirais, o número de
óbitos caiu 10% em dez anos. Em
2003, essas terapias alcançavam
só 7% dos infectados; hoje são
42%, em média, e 48% na África
Subsaariana.
Mesmo assim, a quantidade de
vidas atingidas pela Aids ainda é
portentosa. Naquela região da
África, por exemplo, mais de 14
milhões de crianças perderam
um ou ambos os pais para a
doença em 2008. São infectadas
7.400 pessoas por dia no mundo.
Conforme o comportamento
epidemiológico da doença se altera, porém, as campanhas de
prevenção também precisam
evoluir. Na Ásia, a infecção se dava mais entre usuários de drogas
injetáveis, mas vem migrando
para o contágio sexual. É imperativo que as estratégias de ataque
ao vírus se adaptem às novas
condições.
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