São Paulo, quarta-feira, 25 de novembro de 2009

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Editoriais

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A evolução da Aids

A ATUALIZAÇÃO dos dados epidêmicos mundiais quanto à Aids compõe um panorama até certo ponto alentador da evolução da doença. Nos últimos oito anos, o número de infecções novas decaiu 17%.
Mesmo na África Subsaariana, onde a síndrome assumiu a proporção de um flagelo (70% dos 2 milhões de mortes em 2008 ocorreram ali), houve redução auspiciosa de 15%. Foram 400 mil casos a menos no período.
Por outro lado, nunca houve tanta gente convivendo com o HIV. Segundo o relatório publicado ontem pelo Unaids (programa da ONU sobre Aids) e pela Organização Mundial da Saúde, estima-se que 31,1 milhões a 35,8 milhões de pessoas portam o vírus. Cerca de 2,1 milhões são crianças com menos de 15 anos -1,8 milhão delas na África.
O contingente de HIV-positivos ainda cresce de modo contínuo, apesar do recuo notável nas infecções, porque a sobrevida dos portadores do vírus é cada vez mais longa. Com a disseminação das terapias com drogas antirretrovirais, o número de óbitos caiu 10% em dez anos. Em 2003, essas terapias alcançavam só 7% dos infectados; hoje são 42%, em média, e 48% na África Subsaariana.
Mesmo assim, a quantidade de vidas atingidas pela Aids ainda é portentosa. Naquela região da África, por exemplo, mais de 14 milhões de crianças perderam um ou ambos os pais para a doença em 2008. São infectadas 7.400 pessoas por dia no mundo.
Conforme o comportamento epidemiológico da doença se altera, porém, as campanhas de prevenção também precisam evoluir. Na Ásia, a infecção se dava mais entre usuários de drogas injetáveis, mas vem migrando para o contágio sexual. É imperativo que as estratégias de ataque ao vírus se adaptem às novas condições.


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