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CLÓVIS ROSSI
O muro vai cair. Vai?
SÃO PAULO - Andrea Matarazzo,
secretário municipal das subprefeituras, escreve a propósito do texto
de ontem que reforçava cobrança
do arquiteto Jorge Ricca Jr., mestre
pela Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da USP, a favor da derrubada do muro que separa o campus da Universidade de São Paulo
das pistas da marginal do rio Pinheiros, na zona oeste da cidade de
São Paulo.
Matarazzo concorda com Ricca e
comigo: "A retirada dos cartazes fez
com que se perceba o horrendo e
desnecessário muro que nos encaixota na marginal". Dá uma boa notícia: "Vamos lutar para abri-lo".
Só não entendi bem porque ele
acrescenta que aquela região tem
"prefeitura própria", o que significa
que nem sendo o chefe de todas as
subprefeituras ele teria poder para
mandar derrubar o muro.
Eis aí um bom motivo para cobranças dos interessados em que a
cidade seja não apenas mais limpa,
mas também menos feia.
Matarazzo estimula a cobrança:
"O paulistano tem que brigar, reclamar e pressionar. É a única forma
de as coisas acontecerem".
O secretário lista uma série de
melhorias que não cabem aqui. Melhorar as coisas é obrigação, e o mero cumprimento da obrigação não
entra na minha agenda, como já expliquei mais de uma vez.
O que vale registrar, sim, é a concordância de Matarazzo quanto ao
muito que resta a fazer. Diz ele: "Tirando o muro, certamente aparecerão mais coisas a serem melhoradas. Tem muito o que fazer ainda
em todos os sentidos e por todos os
lados para os quais se olhar".
Sugiro que olhe, por exemplo, para o seguinte comentário do leitor
Wilson Ramos: "Na periferia, as
placas [de publicidade] escondiam
muito bem a falta de acabamento
da maior parte dos imóveis. Ninguém tem grana para gastar em arquitetura sem função. Agora, sem
as placas, quem financia o embelezamento das fachadas?"
crossi@uol.com.br
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