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Direto no mercado
O MERCADO DE CAPITAIS brasileiro, que cresceu 77%
em 2006, vai se firmando
como alternativa atraente de financiamento para as empresas.
O conjunto das modalidades de
finança direta doméstica (excluindo-se, pois, o tradicional
empréstimo bancário) movimentou R$ 120,2 bilhões -contra R$ 67,9 bilhões em 2005.
Foram R$ 27 bilhões em ações,
R$ 69,5 bilhões em debêntures e
R$ 12,8 bilhões em fundos de direito creditório (FDIC), que representam antecipações de receitas futuras. Em comparação,
os desembolsos do BNDES,
maior fonte de financiamento de
longo prazo para as corporações,
atingiram R$ 52,3 bilhões.
O crescimento nas emissões
tem sido acompanhado por
grande valorização das cotações
na Bovespa. O valor de mercado
das empresas alcançou R$ 1,5 trilhão, o equivalente a 74% do PIB,
recorde histórico. Em 2002, representava apenas 33% do PIB.
Investidores estrangeiros tiveram um papel relevante nesse
movimento. Adquiriram de 60%
a 70% das novas ações e passaram a comandar mais de 1/3 das
ordens de compra e venda.
O acesso ao mercado de capitais requer melhora gerencial e
profissionalização da área financeira das companhias. Com isso,
elas ampliam o seu próprio acesso a outros mercados, como os de
dívida e recebíveis; passam a obter recursos com prazos maiores
ou taxas menores. O sistema
bancário, em reação, começa a
oferecer-lhes alternativas de
crédito mais baratas e com menores exigências de garantia.
Esses dados sinalizam que o
mercado de capitais brasileiro
ganha estatura e pode auxiliar a
expansão dos investimentos
produtivos, inclusive em infra-estrutura. Se nos EUA o valor das
empresas em Bolsa representa
136% do PIB, há ainda muita
margem de crescimento para o
mercado de capitais no Brasil.
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