São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

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Direto no mercado

O MERCADO DE CAPITAIS brasileiro, que cresceu 77% em 2006, vai se firmando como alternativa atraente de financiamento para as empresas. O conjunto das modalidades de finança direta doméstica (excluindo-se, pois, o tradicional empréstimo bancário) movimentou R$ 120,2 bilhões -contra R$ 67,9 bilhões em 2005.
Foram R$ 27 bilhões em ações, R$ 69,5 bilhões em debêntures e R$ 12,8 bilhões em fundos de direito creditório (FDIC), que representam antecipações de receitas futuras. Em comparação, os desembolsos do BNDES, maior fonte de financiamento de longo prazo para as corporações, atingiram R$ 52,3 bilhões.
O crescimento nas emissões tem sido acompanhado por grande valorização das cotações na Bovespa. O valor de mercado das empresas alcançou R$ 1,5 trilhão, o equivalente a 74% do PIB, recorde histórico. Em 2002, representava apenas 33% do PIB.
Investidores estrangeiros tiveram um papel relevante nesse movimento. Adquiriram de 60% a 70% das novas ações e passaram a comandar mais de 1/3 das ordens de compra e venda.
O acesso ao mercado de capitais requer melhora gerencial e profissionalização da área financeira das companhias. Com isso, elas ampliam o seu próprio acesso a outros mercados, como os de dívida e recebíveis; passam a obter recursos com prazos maiores ou taxas menores. O sistema bancário, em reação, começa a oferecer-lhes alternativas de crédito mais baratas e com menores exigências de garantia.
Esses dados sinalizam que o mercado de capitais brasileiro ganha estatura e pode auxiliar a expansão dos investimentos produtivos, inclusive em infra-estrutura. Se nos EUA o valor das empresas em Bolsa representa 136% do PIB, há ainda muita margem de crescimento para o mercado de capitais no Brasil.


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