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Editoriais
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Orientação e vigilância
AO RECOMENDAR o adiamento das viagens à Argentina e ao Chile, para
evitar contaminação pelo vírus A
(H1N1), da chamada gripe suína,
o ministro da Saúde, José Gomes
Temporão, apenas usou de bom
senso. A sugestão vale especialmente para as famílias com
crianças pequenas, idosos e pessoas com deficiência imunológica, para os quais a contração de
qualquer gripe pode trazer complicações.
A declaração do ministro decerto poderá trazer algum embaraço ao turismo e à relação com
os países próximos, mas é um
alerta em certa medida até mesmo óbvio.
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, criticou a recomendação, dizendo que "a única solução é trabalhar em conjunto, e
não fechar as portas". Teria razão se o Brasil tivesse proibido as
viagens. Recomendações ao público, desde que pautadas em informação objetiva, são neste caso imprescindíveis.
Tão importante quanto informar a população é preparar o sistema de saúde para detectar depressa os infectados. Assim se
garantirá melhor prognóstico
nos casos que apresentem complicações e se evitará alastramento maior do vírus -orientando a grande maioria dos contaminados, que não tem sintomas graves, a permanecer isolada em casa durante alguns dias.
Nesse ponto começam a surgir
ruídos. Reportagem da Folha de
ontem mostrou ter havido falhas
no atendimento de casos suspeitos de gripe suína em dois hospitais particulares bem conceituados da capital paulista.
Apesar da baixa amostragem, o
fato serve de alerta para que o
governo se concentre em fazer
cumprir o correto encaminhamento de pacientes com suspeita da doença. A gripe provocada
pelo vírus A tem crescimento
acentuado no país e o surto aparentemente ainda não atingiu
seu ponto de estabilização.
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