São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 2009

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Editoriais

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Orientação e vigilância

AO RECOMENDAR o adiamento das viagens à Argentina e ao Chile, para evitar contaminação pelo vírus A (H1N1), da chamada gripe suína, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, apenas usou de bom senso. A sugestão vale especialmente para as famílias com crianças pequenas, idosos e pessoas com deficiência imunológica, para os quais a contração de qualquer gripe pode trazer complicações.
A declaração do ministro decerto poderá trazer algum embaraço ao turismo e à relação com os países próximos, mas é um alerta em certa medida até mesmo óbvio.
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, criticou a recomendação, dizendo que "a única solução é trabalhar em conjunto, e não fechar as portas". Teria razão se o Brasil tivesse proibido as viagens. Recomendações ao público, desde que pautadas em informação objetiva, são neste caso imprescindíveis.
Tão importante quanto informar a população é preparar o sistema de saúde para detectar depressa os infectados. Assim se garantirá melhor prognóstico nos casos que apresentem complicações e se evitará alastramento maior do vírus -orientando a grande maioria dos contaminados, que não tem sintomas graves, a permanecer isolada em casa durante alguns dias.
Nesse ponto começam a surgir ruídos. Reportagem da Folha de ontem mostrou ter havido falhas no atendimento de casos suspeitos de gripe suína em dois hospitais particulares bem conceituados da capital paulista.
Apesar da baixa amostragem, o fato serve de alerta para que o governo se concentre em fazer cumprir o correto encaminhamento de pacientes com suspeita da doença. A gripe provocada pelo vírus A tem crescimento acentuado no país e o surto aparentemente ainda não atingiu seu ponto de estabilização.


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