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FERNANDO RODRIGUES
Lula e 2002
BRASÍLIA - Passa o tempo e o mais importante líder da oposição do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, continua obcecado em ampliar o leque de
alianças para a sucessão presidencial
de 2002 contra o atual governo.
Num vôo de São Paulo para Brasília, na última quinta-feira, Lula repetiu o que se tornou o seu lema: "Se
quisermos ganhar, temos de falar
com a sociedade. Temos que ampliar
a aliança. Temos que conversar com
uma parcela do PMDB. Temos que
falar com o PPS, com o Ciro Gomes".
Ciro Gomes? "Claro. O PT tem
aliança com muitos candidatos do
PPS a prefeito neste ano", responde
Lula. Sobre o PMDB, cita as cento e
tantas prefeituras mineiras onde o
PT participa junto com os peemedebistas locais.
O cronograma é composto de três
itens a serem cumpridos no ano que
vem. Primeiro, fazer "uma espécie de
programa mínimo que mostre que o
Brasil pode crescer fora do modelo do
FHC". Esse programa não pode ser
feito pelos economistas do PT. Terá
de vir também de fora, "da sociedade", como diz Lula.
O segundo passo seria montar um
arco de partidos mais amplo, que não
tenha apenas o PT na cabeça e penduricalhos como o PC do B e outros
partidos menores.
Só então seria escolhido o candidato único da oposição para concorrer
a presidente em 2002.
Sempre com 20% ou mais nas pesquisas de opinião para presidente,
Lula diz que não será ele necessariamente o candidato.
O repórter pergunta como seria
possível alguém com 20% desistir de
concorrer a presidente. Lula desconversa. "Vamos ver."
Já sobre voltar a ser parlamentar,
em Brasília, Lula não poderia ser
mais direto: "Nunca mais".
Como é difícil imaginar Lula não
concorrendo em 2002, é lícito imaginar que está tudo mais ou menos certo: é dele novamente a vaga de candidato a presidente. Pela quarta vez.
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