São Paulo, sábado, 26 de agosto de 2000


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FERNANDO RODRIGUES

Lula e 2002

BRASÍLIA - Passa o tempo e o mais importante líder da oposição do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, continua obcecado em ampliar o leque de alianças para a sucessão presidencial de 2002 contra o atual governo.
Num vôo de São Paulo para Brasília, na última quinta-feira, Lula repetiu o que se tornou o seu lema: "Se quisermos ganhar, temos de falar com a sociedade. Temos que ampliar a aliança. Temos que conversar com uma parcela do PMDB. Temos que falar com o PPS, com o Ciro Gomes".
Ciro Gomes? "Claro. O PT tem aliança com muitos candidatos do PPS a prefeito neste ano", responde Lula. Sobre o PMDB, cita as cento e tantas prefeituras mineiras onde o PT participa junto com os peemedebistas locais.
O cronograma é composto de três itens a serem cumpridos no ano que vem. Primeiro, fazer "uma espécie de programa mínimo que mostre que o Brasil pode crescer fora do modelo do FHC". Esse programa não pode ser feito pelos economistas do PT. Terá de vir também de fora, "da sociedade", como diz Lula.
O segundo passo seria montar um arco de partidos mais amplo, que não tenha apenas o PT na cabeça e penduricalhos como o PC do B e outros partidos menores.
Só então seria escolhido o candidato único da oposição para concorrer a presidente em 2002.
Sempre com 20% ou mais nas pesquisas de opinião para presidente, Lula diz que não será ele necessariamente o candidato.
O repórter pergunta como seria possível alguém com 20% desistir de concorrer a presidente. Lula desconversa. "Vamos ver."
Já sobre voltar a ser parlamentar, em Brasília, Lula não poderia ser mais direto: "Nunca mais".
Como é difícil imaginar Lula não concorrendo em 2002, é lícito imaginar que está tudo mais ou menos certo: é dele novamente a vaga de candidato a presidente. Pela quarta vez.


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