São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 2002 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES Do paradigma mecanicista ao holístico
ARTUR DA TÁVOLA
Astrologia e bons astrólogos têm sua própria competência e idoneidade. Inútil é, friso, ataque à astrologia atado a pensamento e percepção, ignorando sentimento e intuição. O mesmo se diga dos métodos mânticos (quiromancia, runas, numerologia, baralho cigano, cristais, tarô, búzios etc.). Nossa própria cultura tão mais valorizada seria se não nos tivéssemos distanciado tanto da sabedoria ancestral dos indígenas brasileiros. Persiste a física uma ciência, se não consegue mais definir nem o que seja a matéria? Onde está a validação empírica do que ocorre dentro do átomo e que se concilia com a sabedoria oriental de 500 ou mais anos antes de Cristo? Com a palavra os cientistas... Volta à Idade Média, a nosso ver, é a unilateralidade e a intransigência de pretender impor verdades freudianas limitadas, destituídas de visão holística, cegas à sabedoria do Oriente; de se restringir, sem nem disso ter sequer consciência, a um radical patriarcado agonizante, como se imaculado fosse. Nunca, sob a cangalha freudiana, esperando a anulação de sentimento e intuição mercê de simples idéias sob a função pensamento, chegar-se-á à compreensão das maravilhas e verdades astrológicas e dos métodos mânticos. O horóscopo de 12 signos é uma supersimplificação. Na verdade, cada ente humano é um signo conciliando o limite matemático de se multiplicarem os 12 signos solares pelos 12 "chineses", pelos 12 ascendentes solares, pelos 12 ascendentes "chineses" e progressivamente pelos múltiplos aspectos. A leitura do mapa astrológico se encontra muito mais próxima da verdade astrológica do que um horóscopo de 12 signos. Constatamos, na verdade, que a divergência existente se associa mais a estados de consciência, aspectos associados e suas consequências do que propriamente a idéias, pelo fato de não poderem ser reduzidas a meras idéias intelectuais todas as luzes do conhecimento que abrange entendimento mais amplo. Além de recomendar-lhe a leitura de Jung, sugiro-lhe, ademais, aduzir a seus vastos conhecimentos algumas leituras de antroposofia. E lembro, ademais, que entre meus projetos está também o da regulamentação da profissão de filósofo. Mas este não trará polêmica. Por certo terá o aval da ciência ocidental, mecanicista. Artur da Távola, jornalista e escritor, é senador pelo PSDB-RJ e líder do governo no Senado. Texto Anterior: TENDÊNCIAS/DEBATES Marcos Cintra: Contra a minirreforma Próximo Texto: Painel do Leitor Índice |
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