São Paulo, sábado, 26 de outubro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Educação
"Li, estarrecido, a declaração da sra. Arlete Scotto, titular da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas do Estado, na reportagem "Marta aplica projeto que Genoino critica" (Eleições 2002, pág. Especial 8, 24/10), na qual afirma que "alunos que passam de ano sem saber ler nem escrever são casos isolados, protagonizados por alunos com deficiências mentais (...)".
Além de uma afirmação infeliz, é uma inverdade, que tenta encobrir um quadro vergonhoso presente na rede pública de ensino estadual: a aprovação automática de todos os alunos.
Como professor, não sou defensor da repetência e sempre defendi a real progressão continuada. Mas, para que ela dê resultados sérios, é preciso que a sua implementação se dê a partir do envolvimento de todos os profissionais da educação, dos alunos e dos pais na discussão da reorganização do espaço e do tempo na escola. E devem ser garantidas condições de trabalho para os professores e condições de permanência e de estudo para os alunos. Isso não se deu na rede estadual. A própria reportagem afirma que, na Prefeitura de São Paulo, foram necessários dois anos de negociação. Ou seja, os quadros são bem diferentes.
E, se a sra. Scotto passear pelas escolas estaduais, com certeza encontrará, nas diversas séries, alunos que não sabem ler nem escrever. E são "normais"."
Ariovaldo de Camargo, professor da rede pública estadual (São Paulo, SP)


Lamento
"Quero expressar a minha tristeza, que só não é maior que o meu desencanto, com a festiva receptividade do PT ao apoio do senhor Paulo Maluf à candidatura de José Genoino. Sou eleitora do PT desde o meu primeiro voto e sempre tive muito orgulho em alardear a história de integridade desse partido e de seus políticos, mas estou pensando seriamente em abrir mais uma exceção amanhã. Vou de PT para presidente, mas não sei o que fazer para governador do Estado. Alckmin "Continuísmo" ou Genoino "Apoio Maluf'? Quase não tenho opção."
Dinalva Torres Nellessen (São Paulo, SP)


Sectarismo e arrogância
"Caso Lula seja realmente eleito, o Brasil irá vivenciar um momento histórico. Além disso, PT e PSDB terão a incrível oportunidade de rever uma série de equívocos que ambos cometeram ao longo destes últimos oito anos. Erros creditados, principalmente, à inexperiência e ao sectarismo de muitos petistas e à arrogância e ao cinismo da maioria dos tucanos. Tomara que revejam suas posições e procurem ajudar-se. A união desses dois partidos seria a melhor notícia para a política brasileira em muitas décadas."
Alexandre Lucas (Porto Alegre, RS)


Violência no gramado
"Fiquei indignado com a atitude do policial da PM do Pará que agrediu de forma covarde o jogador Preto do Santos no jogo em Belém. A atitude demonstra, no mínimo, o despreparo do cidadão que veste uma farda e vai para o serviço.
Afinal, a função do policial dentro de campo é proteger somente o trio de arbitragem? Ou estão ali para dar segurança a todos os que fazem parte do "espetáculo", incluídos os jogadores do time adversário? Outro dia, em Goiânia, foram os palmeirenses. Agora, os santistas. Quem serão os próximos?
Está na hora de os dirigentes fazerem algo sobre o assunto. Os jogadores estão merecendo proteção não só por causa das torcidas adversárias e por causa dos constantes erros da arbitragem mas também, a partir de agora, por causa do policiamento."
Oscar Klein Filho (Araras, SP)


Chamas
"Merecem o nosso "muito obrigado" as palavras da procuradora Luiza Nagib Eluf ("O Brasil em chamas", "Tendências/Debates", pág. A3, 23/10).
Em meio a todos os acontecimentos ocorridos nos últimos cem anos, nenhum fato se mostrou mais relevante que a degradação galopante imposta ao ecossistema global. É de lamentar que nenhum candidato à Presidência tenha tocado no assunto em seus inúmeros programas de TV. Talvez por falta de lucidez ou, quem sabe, pela mesma obsessão pelo mercado que afligiu FHC.
Preto no branco, não obstante o fato de sermos "vermelhos", "azuis" ou "amarelos", a "grande descoberta" do século 20 é: sem verde, sem vida.
Ainda há tempo, senhores."
João Sassi de Almeida Santos (Brasília, DF)


Ar
"A qualidade do ar em Ribeirão Preto esteve pior que no deserto do Saara. É fácil explicar o fenômeno. Lá, no Saara, não há queimadas de cana -com as quais tanto padece o interior paulista.
Quando surge a esperança de o mal estar chegando ao fim, o governo do Estado prorroga a tolerância, impedindo a ação do Ministério Público.
Infelizmente, os grandes defensores do ambiente ainda não se preocuparam em fazer uma análise comparativa entre as vantagens do álcool combustível e o estrago ambiental causado pelas queimadas, que atingem milhões de hectares de cana."
Sebastião Silva Vieira (Casa Branca, SP)


Eleição no Paraná
"Gostaria de parabenizar a Folha pelas entrevistas com os candidatos ao governo do Estado do Paraná (Eleições 2002, pág. Especial 10, 22/10).
É uma pena que esse volume e essa qualidade de informação não tenham sido verificados durante todo o pleito, uma vez que se trata de um Estado vizinho e de grande importância."
Alexandre Delázari Foroni(Cantagalo, PR)


Comunicação
"Os veículos de comunicação estão perdendo para o marketing de Duda Mendonça na questão dos debates entre Lula e Serra.
Pouca cobrança e a aceitação simples de "Lula decidiu não debater". Se nada de extraordinário acontecer, Lula já ganhou. E, no dia seguinte, poderemos ver a verdadeira face do PT e as de suas lideranças -a exemplo do Stédile etc.
Torço pelo contrário, mas vamos assistir à maior onda de patrulhamento e de assembleísmo que um país, instável por si mesmo, já terá visto. Os donos da mídia, se são pressionados por qualquer poder, vão sentir o quanto será difícil manter a liberdade de imprensa com uma base petista dominando suas canetas.
A ascensão do PT motivará uma recomposição nos jornais.
Eu torço para que as promessas petistas no campo social tenham sucesso. O Brasil precisa de gente consciente e consequente."
Giuseppe Meneghel (São Paulo, SP)



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