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PAINEL DO LEITOR
Educação
"Li, estarrecido, a declaração da sra.
Arlete Scotto, titular da Coordenadoria
de Estudos e Normas Pedagógicas do Estado, na reportagem "Marta aplica projeto que Genoino critica" (Eleições 2002,
pág. Especial 8, 24/10), na qual afirma
que "alunos que passam de ano sem saber ler nem escrever são casos isolados,
protagonizados por alunos com deficiências mentais (...)".
Além de uma afirmação infeliz, é uma
inverdade, que tenta encobrir um quadro vergonhoso presente na rede pública de ensino estadual: a aprovação automática de todos os alunos.
Como professor, não sou defensor da
repetência e sempre defendi a real progressão continuada. Mas, para que ela dê
resultados sérios, é preciso que a sua implementação se dê a partir do envolvimento de todos os profissionais da educação, dos alunos e dos pais na discussão
da reorganização do espaço e do tempo
na escola. E devem ser garantidas condições de trabalho para os professores e
condições de permanência e de estudo
para os alunos. Isso não se deu na rede
estadual. A própria reportagem afirma
que, na Prefeitura de São Paulo, foram
necessários dois anos de negociação. Ou
seja, os quadros são bem diferentes.
E, se a sra. Scotto passear pelas escolas
estaduais, com certeza encontrará, nas
diversas séries, alunos que não sabem ler
nem escrever. E são "normais"."
Ariovaldo de Camargo, professor da rede
pública estadual (São Paulo, SP)
Lamento
"Quero expressar a minha tristeza, que
só não é maior que o meu desencanto,
com a festiva receptividade do PT ao
apoio do senhor Paulo Maluf à candidatura de José Genoino. Sou eleitora do PT
desde o meu primeiro voto e sempre tive
muito orgulho em alardear a história de
integridade desse partido e de seus políticos, mas estou pensando seriamente em
abrir mais uma exceção amanhã. Vou de
PT para presidente, mas não sei o que fazer para governador do Estado. Alckmin
"Continuísmo" ou Genoino "Apoio Maluf'? Quase não tenho opção."
Dinalva Torres Nellessen (São Paulo, SP)
Sectarismo e arrogância
"Caso Lula seja realmente eleito, o Brasil irá vivenciar um momento histórico.
Além disso, PT e PSDB terão a incrível
oportunidade de rever uma série de
equívocos que ambos cometeram ao
longo destes últimos oito anos. Erros creditados, principalmente, à inexperiência
e ao sectarismo de muitos petistas e à arrogância e ao cinismo da maioria dos tucanos. Tomara que revejam suas posições e procurem ajudar-se. A união desses dois partidos seria a melhor notícia
para a política brasileira em muitas décadas."
Alexandre Lucas (Porto Alegre, RS)
Violência no gramado
"Fiquei indignado com a atitude do policial da PM do Pará que agrediu de forma covarde o jogador Preto do Santos no
jogo em Belém. A atitude demonstra, no
mínimo, o despreparo do cidadão que
veste uma farda e vai para o serviço.
Afinal, a função do policial dentro de
campo é proteger somente o trio de arbitragem? Ou estão ali para dar segurança
a todos os que fazem parte do "espetáculo", incluídos os jogadores do time adversário? Outro dia, em Goiânia, foram os
palmeirenses. Agora, os santistas. Quem
serão os próximos?
Está na hora de os dirigentes fazerem
algo sobre o assunto. Os jogadores estão
merecendo proteção não só por causa
das torcidas adversárias e por causa dos
constantes erros da arbitragem mas também, a partir de agora, por causa do policiamento."
Oscar Klein Filho (Araras, SP)
Chamas
"Merecem o nosso "muito obrigado" as
palavras da procuradora Luiza Nagib
Eluf ("O Brasil em chamas", "Tendências/Debates", pág. A3, 23/10).
Em meio a todos os acontecimentos
ocorridos nos últimos cem anos, nenhum fato se mostrou mais relevante
que a degradação galopante imposta ao
ecossistema global. É de lamentar que
nenhum candidato à Presidência tenha
tocado no assunto em seus inúmeros
programas de TV. Talvez por falta de lucidez ou, quem sabe, pela mesma obsessão pelo mercado que afligiu FHC.
Preto no branco, não obstante o fato de
sermos "vermelhos", "azuis" ou "amarelos", a "grande descoberta" do século 20 é:
sem verde, sem vida.
Ainda há tempo, senhores."
João Sassi de Almeida Santos
(Brasília, DF)
Ar
"A qualidade do ar em Ribeirão Preto
esteve pior que no deserto do Saara. É fácil explicar o fenômeno. Lá, no Saara,
não há queimadas de cana -com as
quais tanto padece o interior paulista.
Quando surge a esperança de o mal estar chegando ao fim, o governo do Estado prorroga a tolerância, impedindo a
ação do Ministério Público.
Infelizmente, os grandes defensores do
ambiente ainda não se preocuparam em
fazer uma análise comparativa entre as
vantagens do álcool combustível e o estrago ambiental causado pelas queimadas, que atingem milhões de hectares de
cana."
Sebastião Silva Vieira (Casa Branca, SP)
Eleição no Paraná
"Gostaria de parabenizar a Folha pelas
entrevistas com os candidatos ao governo do Estado do Paraná (Eleições 2002,
pág. Especial 10, 22/10).
É uma pena que esse volume e essa
qualidade de informação não tenham sido verificados durante todo o pleito,
uma vez que se trata de um Estado vizinho e de grande importância."
Alexandre Delázari Foroni(Cantagalo, PR)
Comunicação
"Os veículos de comunicação estão
perdendo para o marketing de Duda
Mendonça na questão dos debates entre
Lula e Serra.
Pouca cobrança e a aceitação simples
de "Lula decidiu não debater". Se nada de
extraordinário acontecer, Lula já ganhou. E, no dia seguinte, poderemos ver
a verdadeira face do PT e as de suas lideranças -a exemplo do Stédile etc.
Torço pelo contrário, mas vamos assistir à maior onda de patrulhamento e de
assembleísmo que um país, instável por
si mesmo, já terá visto. Os donos da mídia, se são pressionados por qualquer
poder, vão sentir o quanto será difícil
manter a liberdade de imprensa com
uma base petista dominando suas canetas.
A ascensão do PT motivará uma recomposição nos jornais.
Eu torço para que as promessas petistas no campo social tenham sucesso. O
Brasil precisa de gente consciente e consequente."
Giuseppe Meneghel (São Paulo, SP)
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