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FERNANDO DE BARROS E SILVA
Alckmin e Serra em São Paulo
SÃO PAULO - Os holofotes da sucessão se voltam, no momento, para a hipótese extravagante de que
Ciro Gomes possa ser candidato ao
governo paulista apoiado pelas forças de Lula. Fora das luzes, porém,
há uma outra batalha sendo travada
no interior do campo tucano.
Se José Serra for mesmo disputar
a Presidência, qualquer solução que
não seja a candidatura de Geraldo
Alckmin em São Paulo custaria caro
demais ao PSDB. É o que pensam
pessoas influentes do serrismo. A
razão é simples: Alckmin tem mais
de 40% das intenções de voto nas
pesquisas. O outro postulante à vaga, o secretário de Governo, Aloysio
Nunes Ferreira, não passa dos 2%.
Jogo encerrado? Serra procura
evitar o assunto, mas Aloysio tem
mostrado um apetite surpreendente. Colegas brincam que nunca viram ninguém tão homenageado
por prefeitos do interior.
Quem conhece Serra, no entanto,
aposta que prevalecerá o seguinte
raciocínio: Aloysio é mais próximo
e seria melhor governador, mas
Alckmin é o candidato que mais
convém às pretensões presidenciais dos tucanos -e assim será.
O PSDB, de resto, dizem os entendidos, não teria estrutura de
pessoal para sustentar duas campanhas difíceis em São Paulo. E Serra
não poderia carregar um azarão no
colo tendo a máquina de Lula/Dilma contra si no país.
Alckmin é hoje uma espécie de
ilha anexada ao continente do serrismo. Mas seu principal adversário
em São Paulo não está no PSDB.
Chama-se Gilberto Kassab. O prefeito mobiliza todas as suas forças
na bancada estadual do DEM e com
colegas do interior para viabilizar
Aloysio. Kassab vê em Alckmin
uma ameaça a seu futuro no Estado.
O tucano, por sua vez, espalha que o
prefeito abandonou a cidade para
fazer política fora de casa.
Alckmin, por ora, aguarda a mediação de Serra. Mas, confiante, já
tem uma chapa "conciliadora" na
cabeça: Guilherme Afif, do DEM,
seria seu vice; Quércia, do PMDB,
disputaria uma vaga ao Senado; a
outra seria de Aloysio. E então?
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