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Commodities em queda
OS PREÇOS dos principais
produtos agrícolas, minerais e de energia atravessaram entre 2004 e julho de
2008 um verdadeiro rali de alta.
No caso do petróleo, a cotação do
barril do tipo Brent atingiu um
nível recorde em 11 de julho passado -US$ 147. Diversos fatores
levaram a essa elevação.
Um foi a existência de desequilíbrios entre oferta e demanda. O
forte crescimento dos países em
desenvolvimento acelerou a demanda. Outros elementos importantes foram as baixas taxas
de juros americanas e o enfraquecimento do dólar, moeda de
comercialização desses produtos. Para preservar o seu poder
de compra os produtores de
commodities elevaram os preços
em dólares.
A alta do preço em dólar foi
muito relevante no caso do petróleo, o que influenciou os preços dos outros bens, em particular dos agrícolas. Por um lado, estimulou a produção e a demanda
de biocombustíveis, diminuindo
a oferta de alimentos. Por outro,
elevou os custos da produção
agrícola, ao encarecer os fertilizantes e o transporte.
Os preços das commodities foram influenciados também pela
especulação financeira. Tornaram-se investimentos atraentes
diante de uma menor rentabilidade dos ativos financeiros.
Tudo mudou com a perspectiva de recessão. As cotações caíram 40%, em média, até novembro. Alguns bens tiveram desvalorização ainda mais acentuada,
como o milho (52%), a soja
(45%) e o trigo (49%).
Essa oscilação dificulta a consolidação de um sistema de referência para os empresários e impõe desafios para o futuro. No caso do petróleo, projetos de expansão foram adiados em vários
países. Para fazer frente ao crescimento nas próximas décadas,
porém, o mundo terá de investir
US$ 12 trilhões nesse setor.
Somente uma reforma na regulamentação do mercado de
commodities poderia estabilizar
os preços e garantir os investimentos necessários.
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