São Paulo, Quinta-feira, 27 de Janeiro de 2000


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Uma nova batalha?


CLÓVIS ROSSI

Davos, Suíça - Depois do estrago que fizeram em Seattle, algumas ONGs (organizações não-governamentais) tomaram gosto pela coisa e se dizem dispostas a repetir a dose em Davos, que abriga os encontros anuais do Fórum Econômico Mundial.
Trata-se da maior concentração de personalidades por metro quadrado que o mundo consegue colocar ao mesmo tempo no mesmo lugar, no caso o Centro de Congressos deste adorável presépio a céu aberto que é Davos nesta época do ano.
Logo, é um tremendo ímã para manifestações de protesto.
Para os manifestantes, Davos, na comparação com Seattle, tem uma vantagem e uma desvantagem. A vantagem: a cidade, a rigor, só tem duas ruas, e o Centro de Congressos tem entrada por ambas. Logo, diferentemente de Seattle, em que foi preciso isolar quarteirões e mais quarteirões, aqui basta bloquear a Promenade e a Tallstrasse e pronto. Ou a polícia desaloja pela força os manifestantes ou ninguém entra no prédio.
Em qualquer caso, a imagem da manifestação terá lugar garantido em "prime time" no mundo inteiro.
A desvantagem: Davos é longe do mundo. Fica no topo dos Alpes, a três horas de trem da cidade grande mais próxima (Zurique), seus hotéis estão superlotados com os participantes do encontro anual e a neve é tanta que, se bobear, tapa até a orelha.
Logo, não há, também ao contrário de Seattle, onde os manifestantes possam acampar para sair para a luta.
Se houver algo similar a Seattle, ainda que em ponto menor, as ONGs ganharão fôlego para reproduzir o esquema mundo afora.
Mas, mesmo que não haja, pelo menos o movimento sindical se diz pronto para um "novo internacionalismo", em qualquer parte, "no portão das fábricas, nos Parlamentos nacionais e locais e nas organizações internacionais", como promete, em artigo para a mais recente edição de "Foreign Affairs", o presidente do Comitê de Assuntos Internacionais da central norte-americana AFL-CIO, Jay Mazur.


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