São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 2006

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ALIVIAR CONGONHAS

Não é de hoje que se afirma que o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, está saturado. Trata-se do aeródromo mais movimentado do país. Segundo a Infraero, entre janeiro e fevereiro deste ano, Congonhas registrou a movimentação de 37.610 aeronaves (pouso mais decolagem), o que representa pouco mais de 10% do tráfego aéreo civil brasileiro. Em segundo lugar vem Guarulhos, com 26.292 operações.
A predileção dos passageiros se explica. A imensa maioria prefere embarcar num aeroporto encravado no meio da cidade, que dista poucos quilômetros das regiões mais nobres, a ter de enfrentar os mais de 25 km, parte dos quais na sempre imprevisível marginal do Tietê, para chegar a Cumbica.
Só que, quando muitos disputam o mesmo espaço, torna-se necessário definir critérios para estabelecer uma organização racional. É nesse contexto -e na esteira do incidente com um vôo da BRA, na semana passada, no qual a aeronave derrapou devido ao fenômeno da aquaplanagem- que a Infraero agora fala em reformar a pista para melhorar o sistema de drenagem e cogita de reduzir o número de vôos diários no aeroporto de 600 para 400.
Se a pista pode ser melhorada, é importante fazê-lo o quanto antes. Quanto à superlotação, embora não haja indícios de que esteja comprometendo a segurança, também ela precisa ser equacionada. O número de passageiros só tende a aumentar com o tempo e é preciso oferecer soluções congruentes para o problema.
O mais lógico é que se reserve Congonhas para os vôos de menor duração. Já quem viaja para lugares mais distantes deve conformar-se em partir de Guarulhos.
O rearranjo não isenta as autoridades de dar início o quanto antes à construção de um sistema rápido e eficiente de transporte que ligue áreas no centro da cidade a Cumbica. Se houvesse um trem ou o metrô, seriam bem menores as resistências um usar esse aeroporto.


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